Portugal com estreia para mais tarde recordar no Mundial de basquetebol
🖋️Por: António Vieira Pacheco
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⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
Entrada firme em Podgorica
No universo das modalidades, há
vitórias que dizem mais do que o próprio resultado. Em Podgorica, a seleção
portuguesa de basquetebol mostrou personalidade, disciplina e ambição ao
superar Montenegro por 83–62, no arranque da qualificação para o Mundial de
2027. Mais do que um triunfo, foi uma afirmação de crescimento, maturidade e
capacidade para competir fora de portas com autoridade.
Os parciais — 21–14, 25–11, 25–11 e
19–19 — dos períodos ilustram bem como Portugal conseguiu inverter um
início instável e assumir o controlo do jogo. Ricardo Monteiro, Travante
Williams, Diogo Brito e Cândido Sá estiveram em evidência numa noite onde o
coletivo voltou a ser a força maior da equipa.
Defesa decisiva
No final da partida, o selecionador
Mário Gomes destacou à Agência Lusa que foi “a partir da defesa que conseguimos
entrar no jogo”, explicando que a equipa sabia que “o ataque ia
naturalmente demorar mais a fluir, porque tivemos somente quatro dias de
trabalho desde o EuroBasket”.
O técnico sublinhou ainda que o grupo
assumiu o plano com maturidade:
“Fomos inteligentes, não forçámos lançamentos, circulámos bem a bola e
mantivemos a calma. A defesa deu-nos vida.”
A mensagem foi clara: quando a defesa
funciona, o resto aparece naturalmente.
Reviravolta no segundo quarto
Montenegro começou melhor, explorando
falhas iniciais e chegando ao fim do primeiro período com sete pontos de
vantagem. Mas Portugal não se deixou abalar. No segundo quarto, reajustou
pressões, fechou espaços e impôs um ritmo que deixou a equipa da casa
desconfortável.
Para Mário Gomes, este foi o momento
em que o grupo mostrou carácter:
“A equipa percebeu o que era preciso ajustar e fez isso com grande rigor. A
partir daí controlámos emocionalmente o jogo.”
A reviravolta surgiu com
naturalidade: 32–39 e controlo total do ritmo por parte de Portugal.
Parcial de 20–0
O grande momento da noite chegou no
terceiro período. Quando Montenegro reduziu a diferença para somente dois
pontos, Portugal respondeu com um parcial de 20–0 — daqueles que mudam
histórias e silenciam pavilhões.
Foram transições rápidas, quatro
triplos quase seguidos e uma defesa que não deu nenhuma hipótese. A vantagem
disparou para 22 pontos e Montenegro nunca mais conseguiu voltar ao jogo.
Sobre este momento, Mário Gomes
reconheceu que “o parcial foi extraordinário, fruto de grande concentração e
leitura de jogo”, acrescentando que “a equipa acreditou e manteve a
agressividade certa”.
Vantagem valiosa
Numa fase de qualificação curta, cada
ponto conta. Daí, vencer por 21 pontos tem importância estratégica real.
Mário Gomes sublinhou que, embora não fosse expectável um triunfo tão largo, a
diferença acabou por refletir o que se viu em campo:
“Sabemos que estas margens podem
fazer toda a diferença lá à frente. Não era o objetivo ganhar por muitos, era
ganhar — mas a equipa mereceu este resultado.”
A ambição portuguesa não passa exclusivamente por ganhar encontros, mas por construir um caminho sólido rumo à fase seguinte.
Força do coletivo
Esta seleção tem uma marca muito
particular: todos contam e todos acrescentam. O selecionador voltou a destacar
a profundidade do plantel e o facto de diferentes jogadores assumirem
protagonismo em diferentes jogos.
“Gosto de equipas em que todos são
importantes. Hoje foi o Monteiro, noutro jogo será outro. O grupo sabe que
todos têm espaço para brilhar.”
Ricardo Monteiro foi exemplo disso —
nem esteve no Campeonato da Europa e, ainda assim, foi determinante em Podgorica.
É esse espírito de grupo que alimenta o crescimento da equipa nos palcos internacionais.
Dedicatória especial
O momento emocional da noite veio com
a dedicatória: Rafa Lisboa, aniversariante; Neemias Queta, impossibilitado de
estar presente; e Miguel Queiroz, lesionado. Mário Gomes fez questão de os
mencionar:
“São parte desta família. Mesmo quando não estão, estão connosco.”
Três nomes que fazem parte da identidade do grupo e que seguem no coração da equipa.
Grécia no horizonte
A caminhada continua já no domingo,
com Portugal a receber a poderosa Grécia, terceira classificada no último
EuroBasket e vencedora da Roménia na primeira jornada. Será um teste de fogo,
daqueles que exigem foco total, organização e ambição.
Para Mário Gomes, o segredo passa por
dar continuidade ao que se viu em Podgorica:
“Se defendermos ao nível que mostramos hoje e atacarmos com maior fluidez,
podemos discutir o jogo. Respeitamos a Grécia, mas também acreditamos no que
construímos.”
Portugal entra neste desafio com
respeito, mas também com vontade de surpreender — porque é assim que crescem as
grandes equipas.
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