Badminton

A Origem 

Créditos: Autor desconhecido.

Na trama do tempo, onde se entrelaçam culturas e tradições, o badmínton ergue-se como um eco de séculos passados. 

Conta-se que as suas origens não se limitam a um só ponto no mapa do mundo, mas a três regiões distintas: Ásia, América Central e Europa, sendo que há quem acredite que este jogo tenha sido praticado há milénios, antes mesmo de ser conhecido pelo nome que hoje ostenta. 

  O badmínton, como uma dança silenciosa entre o vento e o ar, tem nas suas origens uma história tecida com os fios da tradição e da inovação. 

Conta-se que o seu nascimento remonta há tempos antigos, quando se jogava uma versão rudimentar com penas e cordas, nas margens das civilizações orientais. 

As suas raízes podem ser encontradas no antigo jogo indiano “Poona”, que cativava os corações dos mais destemidos, que, com raquetes improvisadas, desafiavam o equilíbrio entre o corpo e a mente.

Na China antiga, há desenhos em vasos de cerâmica datados de 3500 a.C. que retratam uma jovem com uma bola de penas, sugerindo uma relação íntima entre a arte e o jogo. 

Nos templos da civilização asteca, encontramos imagens de uma bola adornada por penas coloridas, numa cena de jogo que remonta a uma prática ritualista. 

Do outro lado do mundo, em terras brasileiras, os Curumins, na chegada dos portugueses, divertiam-se com um objeto semelhante ao volante, indicando que o espírito deste jogo se difundia por diferentes partes do mundo de forma quase inevitável.

Na Grécia clássica, entre os jogos mais populares, destacava-se o “Tamborete e Peteca”, um passatempo que unia adultos e crianças num desafio de destreza e equilíbrio. 

A história do badmínton, contudo, é, na maioria, uma história de transformações, que se desenrola entre o misterioso e o científico, entre as lendas e as verdades esquecidas.

Na Índia, com o jogo da “Poona”, que a essência do badmínton começou a tomar forma. Por volta do século XIX, os oficiais britânicos, durante o domínio colonial, trouxeram-no para a Inglaterra, onde começou a germinar uma nova versão do jogo, que mais tarde se firmaria como desporto competitivo. 

A nobreza britânica, em Badminton House, no condado de Gloucestershire, foi palco das primeiras partidas com raquetes de ténis e um volante improvisado. 

A imaginação das suas jogadoras, as filhas do duque de Beaufort, fez surgir uma nova dinâmica: um jogo aéreo, onde o volante viajava por cima de uma corda esticada entre a porta e a lareira, criando a base de um novo desporto.

Pouco a pouco, o badmínton foi ganhando forma. No início da década de 1870, a Índia já o celebrava como uma prática competitiva, e em 1873 o coronel H.O. Selby estabeleceu um código de jogo que rapidamente se tornou popular, influenciando como a modalidade se espalhou pelo mundo.

À medida que o jogo se espalhava, contagiava terras distantes. Do Oriente ao ocidente, a sua magia transcendeu fronteiras, espalhando-se como uma brisa suave que refresca as almas e une povos sob a mesma paixão.

 Não importa onde o jogo se joga, seja na tranquilidade das aldeias ou na grandiosidade dos palcos olímpicos, o badmínton mantém-se fiel à sua essência de elegância e estratégia. 

Cada golpe da raquete é uma conversa com o vento, cada ponto conquistado, um suspiro de vitória.
O badmínton, no seu eterno voo, nos recorda que a verdadeira beleza está no equilíbrio entre o esforço e a leveza, entre a luta e a harmonia. 

O jogo, simples, mas profundo, é um reflexo da vida, onde a cada jogada se define um destino, mas nunca se perde a leveza da alma.

Contudo, foi só em 1934 que o desporto encontrou uma verdadeira unidade global, com a fundação da Federação Internacional de Badmínton, um marco fundamental para a organização do desporto a nível mundial.

Ao longo do século XX, o badmínton floresceu, adquirindo as suas próprias regras, torneios internacionais e um lugar nas grandes competições, como os Jogos Olímpicos. 

Em Portugal, o desporto chegou cedo, com registos desde 1895 na Figueira da Foz, e floresceu no espírito de pessoas apaixonadas pela modalidade, como Henrique Pinto, cuja dedicação foi determinante para a criação da Federação Portuguesa de Badmínton em 1954.

Hoje, o badmínton é uma modalidade mundialmente reconhecida, celebrada em campos de todos os tamanhos, disputada com a mesma paixão que os antigos povos dedicavam às suas versões primitivas. 

O jogo, leve e rápido, continua a refletir a busca incessante pelo equilíbrio entre o esforço e a graça, entre a precisão do golpe e a suavidade do movimento. Ele percorre o caminho do vento, como o voo do volante, que nunca se detém, que nunca deixa de fascinar.