Wild trava Borges e deixa Roma em silêncio

                                                                 Por António Vieira Pacheco   
Lidador cedeu frente a qualifier brasileiro.
Créditos: ATP Tour. Lidador pensativo com a derrota em Roma. 

Roma, cidade eterna, não foi palco de glória para Nuno Borges (40.º ATP). No coração do Foro Itálico, onde as estátuas observam os homens em duelo, o português tombou cedo, vítima de um velho algoz. 

Thiago Seyboth Wild, qual tempestade tropical em plena primavera italiana, voltou a ser o enigma sem solução para o número um nacional, numa terra batida muito lenta. Terceira vitória em três encontros, desta vez com parciais de 6-1, 4-6 e 6-4.

Um sopro de esperança entre sombras

O Lidador, atualmente no 40.º lugar do ‘ranking’ ATP, ensaiou uma resposta. No segundo ‘set’, sacudiu o peso da entrada em falso e devolveu ao adversário parte da intensidade. O jogo ganhou ritmo, o público acreditou. Mas no terceiro parcial, quando a verdade se decide em detalhes, foi o brasileiro quem soube arriscar — e colher.

A agressividade de Wild, mais livre no gesto e no instinto, encontrou recompensa nas linhas do court romano, e o maiato não conseguiu acompanhar essa mudança de intensidade. Foi um duelo decidido mais pela coragem do que pela consistência.

Pontos perdidos, caminho por traçar

A queda precoce não tem repercussões diretas no ‘ranking’: apesar de perder os 100 pontos conquistados em Roma no ano passado, onde havia chegado aos oitavos de final, o Lidador recuperou-os em Monte Carlo. 

Mais do que uma derrota isolada, é uma travagem no embalo de um jogador que tem procurado afirmar-se entre os melhores do mundo.

Agora, o foco muda para o ATP 250 de Genebra, a última oportunidade de ganhar ritmo competitivo antes de Roland Garros. É um momento de transição, de reflexão — e, quem sabe, de renascimento.

Entre quedas e recomeços

Derrotas assim são duras, mas também podem ser sementes. No silêncio deixado por Roma, talvez se esconda a força para um novo capítulo. Genebra, na Suíça, pode ser a ponte. Paris, o palco. E Borges, o protagonista que ainda tem diversas histórias para contar e muita poesia na raqueta para escrever mais páginas douradas no ténis nacional.

O Entrar no Mundo das Modalidades estará aqui para acompanhar as peripécias do Lidador no circuito. 



 

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