José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa

Por António Vieira Pacheco 

É um árbitro adorado por muitos...
O carismático árbitro português

José Santos, com cerca de sessenta anos de experiência na arbitragem, é o árbitro mais velho em funções no ténis de mesa português. É de facto, uma figura ímpar da modalidade.

Aos olhos de adeptos, atletas, dirigentes e treinadores, é uma 'celebridade'. Tratado com respeito e simpatia por ser um bom 'apaziguador de ânimos' nas mesas de jogo e por ser um sujeito impecável e prestável fora delas.

Santos é árbitro internacional há muitos anos. Ele marcou presença nas principais competições europeias e mundiais. Porém, o seu estilo é, na verdade, desaprovado pela generalidade dos colegas.

Santos foi o primeiro árbitro a rodar o marcador a 45 graus para a direita ou para a esquerda nos torneios internos, uma técnica que visava tornar a contagem de pontos mais visível para todos.

Essa decisão tinha como objetivo facilitar o acompanhamento do resultado para os treinadores e essencialmente para o público. 

Contudo, esse movimento, já utilizado no estrangeiro, encontrou resistência entre os especialistas da arbitragem portuguesa, que viam a mudança como uma quebra de tradição e de protagonismo do referido oficial. Esses analistas acreditavam também que o gesto poderia desconcentrar os jogadores.

Apesar das diversas críticas, da resistência, a deslocação do marcador foi progressivamente aceite no nosso país.

Santos adora arbitrar, especialmente partidas de 'pares', onde a balança se equilibra e o verdadeiro teste à sua competência acontece.

Ele é quase uma lenda, mas não é venerado ou admirado como a maioria delas. Enquanto na mesa, onde exerce o seu ofício, é uma figura quase mítica; no Cosme da arbitragem continua a ser um incompreendido.

Na realidade, é uma espécie de “mal-amado” entre a quase totalidade dos seus companheiros de arbitragem. Talvez seja essa a sua grande ironia: um dos dois árbitros lusitanos mais desvalorizados entre os seus colegas.

Mas isso, claro, é uma narrativa para se contar com calma — e talvez, daqui a muitos anos, quando os outros, afinal, já o reconhecerem como aquilo que ele sempre foi: um árbitro à frente do seu tempo.

Finalmente, há mil e uma histórias para contar, mas ficam muitas para narrar. O tempo, esse contador de narrativas implacável, apaga detalhes, distorce memórias e deixa-nos com fragmentos que nem sempre sabemos juntar. Continuamos a buscar, como quem procura o ouro numa terra já desfeita. Santos é um livro aberto para explorar.

“É um agente desportivo de quem se gosta”

O presidente da Associação Desportiva e Cultural da Ponta do Pargo, Gilberto Garrido, elogiou-o.

“Conheço o senhor árbitro José Santos há mais de duas décadas e meia, e posso afirmar que é um agente desportivo de quem se gosta”, asseverou ao Entrar no Mundo das Modalidades. 

“É uma pessoa de boa índole, simpática e sempre disponível, com uma postura exemplar apreciada por todos, desde os mais jovens até aos mais experientes”, acrescentou o dirigente madeirense.

O presidente da ADC Ponta do Pargo destacou ainda o seu trabalho no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Gaia, onde exerce também a função de colaborador na área dos transportes dos atletas residentes nessa infraestrutura da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa.

“No CAR, ele mostra uma grande disponibilidade para ajudar e apoiar. Está sempre pronto para dar o seu tempo e esforço em benefício de todos e das atividades que lá se realizam”, enalteceu.

“A sua atitude e dedicação são notáveis, e todos os que trabalham com ele reconhecem o seu profissionalismo”, prosseguiu.

Garrido aproveitou ainda para reforçar a imagem do árbitro como um excelente cidadão e muito respeitado. 

“Está sempre disponível para apoiar os outros, quer que seja na área desportiva ou nas funções que desempenha”, concluiu.

 


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