José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: José Santos
⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos
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| O árbitro português mais experiente em funções, reconhecido pela sua dedicação e inovação. |
Santos, o veterano da arbitragem
José
Santos, com
cerca de sessenta anos de experiência na arbitragem, é o árbitro mais velho em
funções no ténis de mesa português. É de facto, uma figura ímpar da modalidade.
Aos olhos de adeptos, atletas,
dirigentes e treinadores, é uma 'celebridade'. Tratado com respeito e simpatia
por ser um bom 'apaziguador de ânimos' nas mesas de jogo e por ser um sujeito
impecável e prestável fora delas.
Santos é árbitro internacional há
muitos anos. Ele marcou presença nas principais competições europeias e
mundiais. Porém, o seu estilo é, na verdade, desaprovado pela generalidade dos
colegas.
Santos foi o primeiro árbitro a rodar
o marcador a 45 graus para a direita ou para a esquerda nos torneios internos,
uma técnica que visava tornar a contagem de pontos mais visível para todos.
Essa decisão tinha como objetivo
facilitar o acompanhamento do resultado para os treinadores e essencialmente
para o público.
Contudo, esse movimento, já utilizado
no estrangeiro, encontrou resistência entre os especialistas da arbitragem
portuguesa, que viam a mudança como uma quebra de tradição e de protagonismo do
referido oficial. Esses analistas acreditavam também que o gesto poderia
desconcentrar os jogadores.
Apesar das diversas críticas, da
resistência, a deslocação do marcador foi progressivamente aceite no nosso
país.
Santos adora arbitrar, especialmente
partidas de 'pares', onde a balança se equilibra e o verdadeiro teste à sua
competência acontece.
Ele é quase uma lenda, mas não é
venerado ou admirado como a maioria delas. Enquanto na mesa, onde exerce o seu
ofício, é uma figura quase mítica; no Cosme da arbitragem continua a ser um
incompreendido.
Na realidade, é uma espécie de
“mal-amado” entre a quase totalidade dos seus companheiros de
arbitragem. Talvez seja essa a sua grande ironia: um dos dois árbitros
lusitanos mais desvalorizados entre os seus colegas.
Mas isso, claro, é uma narrativa para
se contar com calma — e talvez, daqui a muitos anos, quando os outros, afinal,
já o reconhecerem como aquilo que ele sempre foi: um árbitro à frente do seu
tempo.
Finalmente, há mil e uma histórias
para contar, mas ficam muitas para narrar. O tempo, esse contador de narrativas
implacável, apaga detalhes, distorce memórias e deixa-nos com fragmentos que
nem sempre sabemos juntar. Continuamos a buscar, como quem procura o ouro numa
terra já desfeita. Santos é um livro aberto para explorar.
“É um agente desportivo de quem se
gosta”
O presidente da Associação Desportiva
e Cultural da Ponta do Pargo, Gilberto Garrido, elogiou-o.
“Conheço o senhor árbitro José Santos
há mais de duas décadas e meia, e posso afirmar que é um agente desportivo de
quem se gosta”, asseverou ao Entrar no Mundo das Modalidades.
“É uma pessoa de boa índole,
simpática e sempre disponível, com uma postura exemplar apreciada por todos,
desde os mais jovens até aos mais experientes”, acrescentou o dirigente madeirense.
O presidente da ADC Ponta do Pargo
destacou ainda o seu trabalho no Centro de Alto Rendimento (CAR) de Gaia, onde
exerce também a função de colaborador na área dos transportes dos atletas
residentes nessa infraestrutura da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa.
“No CAR, ele mostra uma grande
disponibilidade para ajudar e apoiar. Está sempre pronto para dar o seu tempo e
esforço em benefício de todos e das atividades que lá se realizam”, enalteceu.
“A sua atitude e dedicação são
notáveis, e todos os que trabalham com ele reconhecem o seu profissionalismo”, prosseguiu.
Garrido aproveitou ainda para
reforçar a imagem do árbitro como um excelente cidadão e muito
respeitado.
“Está sempre disponível para apoiar
os outros, quer que seja na área desportiva ou nas funções que
desempenha”, concluiu.

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