Vitória épica de Nuno Borges em Paris
Por António Vieira Pacheco
![]() |
Créditos: ATP Tour. ‘Mister’ Borges, assim o coração dos portugueses não aguentam tanta emoção. |
Lidador faz história na noite parisiense!
Foi já para lá da meia-noite em Paris quando Nuno
Borges, número 41 do ‘ranking’ ATP, ergueu os braços em celebração. A
vitória, sofrida e carregada de simbolismo, valeu-lhe mais do que uma simples
passagem à segunda ronda de Roland Garros: marcou o 50.º triunfo de um tenista
português em quadros principais de torneios do Grand Slam.
O coração luso que não desiste
O encontro frente ao francês Kyrian Jacquet
(151.º), oriundo da fase de qualificação, teve contornos de novela. Borges
entrou mal, perdeu os dois primeiros ‘sets’ por 3-6 e 6-7(3), e parecia
vacilar. No entanto, a força mental sobrepôs-se ao desgaste físico. Com o jogo
cada vez mais afiado, o português deu a volta ao marcador com parciais de 6-4,
6-4 e 6-3, numa batalha que se prolongou por três horas e 37 minutos.
Depois de um primeiro ‘set’ em que não entrou
bem, o maiato ainda conseguiu recuperar algum controlo no segundo. Chegou a
servir para fechar o parcial com vantagem de 5-3, mostrando sinais de reação e
tentando impor o seu ritmo.
Contudo, o gaulês, empurrado
pelo apoio ruidoso do público da casa, não se deixou abalar. Forçou o tiebreak
e levou a melhor, ficando muito perto de alcançar a primeira vitória da sua
carreira num quadro principal de torneios ATP.
Borges enfrentou três break points no quarto
jogo do terceiro ‘set’, mas resistiu e virou. Quando Jacquet abriu 3-1 e 40–0
já no quarto parcial, o desfecho poderia estar definido. Nada disso. O português
carregou na alma e virou com uma sequência impressionante de cinco jogos
consecutivos, relançando-se de vez no encontro.
Uma noite, dois destinos
Um par de horas antes, Jaime Faria estreava-se
no quadro principal de Roland Garros. Apesar de não ter conseguido acompanhar o
desfecho heroico do compatriota, a sua presença assinala a renovação e
consolidação do ténis português no mais alto patamar.
O triunfo do Lidador não foi somente mais uma
vitória. Foi a segunda da carreira em Roland Garros, mas sobretudo um marco que
o eterniza no livro de ouro do ténis português. É o símbolo de uma geração que
ousa sonhar, competir e vencer nas maiores arenas do desporto mundial.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.