Gabriel Quitério: O açoriano do Nordeste que brilha em Ibiza, Espanha
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Espanhola de Badminton
⏱️ Tempo de leitura: 3 minutos
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| Gabriel Quitério leva o nome dos Açores ao pódio internacional. |
O eco do Nordeste na luz de Ibiza
Há atletas que jogam somente com o
corpo, e há outros que parecem levar consigo o lugar de onde vêm. Em Ibiza,
Gabriel Quitério entrou em campo como quem carrega o vento firme e teimoso do
Nordeste — aquele que molda a paisagem, a identidade e a persistência de quem
cresce no Atlântico.
No pavilhão Sá Blanca Dona, onde o sol mediterrânico desenha sombras mais leves
e a ilha respira outro ritmo, o jovem do Priolos soube transformar o seu jogo
numa expressão madura, concentrada e surpreendente para a idade.
Uma caminhada firme no quadro principal
O percurso do jovem açoriano, atleta
do Priolos, nos Internacionais de Sub-15 de Espanha foi feito de
autoridade silenciosa e controlo emocional, sempre frente a adversários
franceses. Nos oitavos de final, venceu Óscar Fabre, por 21–18
e 21–11, deixando clara a sua entrada determinada no torneio.
Nos quartos, superou Vadim Maria, por um duplo 21–17,
num duelo equilibrado, decidido pela consistência do açoriano nos
momentos-chave.
A meia-final, diante de Renzo Saysset Faiz, foi um recital: 21–12
e 21–10, exibindo clareza tática, agressividade, medida e uma confiança que
parecia crescer a cada passo.
Cada vitória foi um capítulo de
maturidade competitiva, como se Gabriel estivesse a escrever, ponto a
ponto, a certeza de que o seu talento tem espaço para crescer muito além das
ilhas.
A
final que revelou carácter
O confronto decisivo, contra Mael Guerimond, foi de intensidade elevada e variações de ritmo que prenderam a atenção de todos no Sá Blanca Dona durante 46 minutos de contenda.
Gabriel entrou com coragem, perdeu o primeiro parcial por 18–21,
respondeu com uma exibição firme e inteligente no segundo, vencendo por 21–12,
e discutiu o terceiro até perto do fim, caindo por 21–16.
Foi uma final disputada como se
disputa uma tempestade: olhos fixos, coração firme, a tentar dobrar o vento.
Não levou o ouro, mas deixou a clara impressão de que este é somente o início
de um percurso que promete mais finais, mais palcos internacionais e mais
momentos de brilho.
Prata com brilho de futuro
O 2.º lugar conquistado em
Ibiza não é somente um resultado — é um sinal. Um sinal de que Gabriel tem
talento, cabeça e ambição para crescer. Um sinal de que o Priolos forma atletas com carácter competitivo. Um sinal de que o Nordeste continua a gerar jogadores que desafiam fronteiras e
levam o nome das ilhas a novos lugares.
Em Ibiza, jogou com a firmeza de quem sabe de onde vem e com a leveza de quem imagina até onde pode chegar.
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