Tiago Pereira trava em Tulln, mas mantém a ambição acesa

 🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Ténis

⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos

Algarvio derrapa na Áustria.
Algarvio perdeu, mas deixou sinais de coragem e já aponta forças para a luta nos pares. 

Um arranque amargo em solo austríaco

O jovem algarvio Tiago Pereira, atualmente no 286.º lugar do ‘ranking’ ATP, partiu para o Challenger de Tulln, na Áustria, com vontade de inverter a maré de resultados e reencontrar o caminho das vitórias.

O sorteio abriu-lhe espaço para regressar há dias felizes, mas a realidade foi menos simpática. E o português foi eliminado logo na primeira ronda, num duelo que deixou tanto sinais encorajadores como motivos de frustração.

O austríaco Joel Josef Schwaerzler (262.º ATP) foi o adversário, um dos convidados pela organização. A promessa local mostrou por que motivo é considerado um dos talentos emergentes do ténis europeu, mas Pereira não se ficou atrás, discutindo cada ponto com a determinação que já o caracteriza.

Detalhes que fazem a diferença

A primeira partida foi decidida em pormenores. Schwaerzler aproveitou a única oportunidade clara de quebra e fechou o ‘set’ por 6-4, impondo um ritmo sólido no fundo do court. Pereira reagiu com espírito combativo, mas algumas falhas em momentos decisivos deixaram escapar uma oportunidade de ouro para entrar melhor no encontro.

O algarvio, no entanto, não desistiu. No segundo parcial elevou o nível, ajustou a profundidade das pancadas e apostou num ténis mais agressivo. Essa mudança deu frutos: ao impor-se por 6-3, Pereira mostrou que tinha armas para virar o resultado e que estava disposto a lutar até ao último ponto.

A tentativa de reviravolta

O terceiro e decisivo ‘set’ indicava ser o palco para a afirmação de Pereira. Porém, a frieza do austríaco voltou a marcar a diferença. Schwaerzler aproveitou as escassas oportunidades que teve para quebrar o serviço do português e voltou a mostrar consistência defensiva nos momentos-chave.

O marcador final de 6-4, 3-6 e 6-3, em quase duas horas de confronto, traduz a dureza da batalha. Para o algarvio, ficou o sabor amargo da eliminação precoce, mas também a sensação de que esteve perto de escrever uma história diferente.

Aprender com a derrota

Num circuito exigente como o ATP Challenger Tour, pequenas falhas podem custar caro. Para o português, este encontro foi mais uma lição de maturidade competitiva. Mesmo sem vitória, Pereira demonstrou capacidade para reagir a adversidades e colocou em campo argumentos suficientes para acreditar que a próxima oportunidade poderá sorrir-lhe.

É nestes torneios que se formam os alicerces de uma carreira sólida. Ganhar experiência, enfrentar jogadores mais rodados e adaptar-se a diferentes condições são etapas fundamentais para qualquer jovem atleta que ambicione entrar no top 200 mundial.

O foco vira-se para os pares

Com a eliminação nos singulares, Pereira não fecha a porta à competição em Tulln. Esta quarta-feira regressa ao court, mas agora na variante de pares, ao lado do neerlandês Mats Hermans. Juntos, partem como quartos cabeças de série e terão pela frente os austríacos Rudolf Molleker e Dennis Novak, dupla convidada pela organização.

Se nos singulares a caminhada terminou cedo, nos pares há margem para um novo capítulo. Para Pereira, a variante pode funcionar como plataforma de confiança, permitindo-lhe somar ritmo competitivo e acreditar numa campanha prolongada em território austríaco.

Um percurso em construção

Aos 22 anos, Pereira continua a desenhar o seu caminho no circuito profissional. O seu ténis caracteriza-se por uma boa leitura do jogo e capacidade de adaptação, mas ainda precisa de consolidar consistência em momentos decisivos. Torneios como o Challenger de Tulln são essenciais não só para somar pontos no ‘ranking’, mas também para amadurecer a mentalidade necessária a este nível competitivo.

No contexto português, onde a nova geração de jogadores procura afirmar-se, Pereira é um nome a acompanhar com atenção. A determinação que mostrou frente a Schwaerzler confirma que o talento está lá; falta somente transformar em vitórias consecutivas.

Perspetivas futuras

Apesar da derrota, há sinais positivos a retirar:

  • Mostrou capacidade de reação após perder o primeiro ‘set’.
  • Conseguiu impor o seu jogo no segundo parcial.
  • Demonstrou resiliência num duelo equilibrado contra um adversário em ascensão.

O próximo desafio será recuperar rapidamente a confiança e encarar a prova de pares com a mesma energia competitiva. Mais adiante, novos torneios surgirão, e cada um deles representará uma oportunidade de reescrever a narrativa.

Derrota que pode ser ponto de viragem

O desporto é feito de vitórias e derrotas, mas também de histórias que vão para além do resultado. Pereira não conseguiu sorrir em Tulln, mas mostrou argumentos que lhe permitem continuar a acreditar. A caminhada até ao topo é feita de etapas, e este episódio pode ser mais um degrau no processo de evolução.

O ténis português precisa de jogadores com coragem para sonhar e capacidade para lutar em cada ponto. Pereira encaixa nesse perfil. Apesar do desfecho, a chama da ambição mantém-se acesa — e, quem sabe, será já nos pares que o algarvio encontrará o triunfo que procura.

Continue a acompanhar o Entrar no Mundo das Modalidades para estar sempre a par das vitórias, desafios e histórias que moldam o futuro do ténis português.

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