Tiago Pereira volta à final: talento português não abranda rumo a palcos maiores

                                                                  Por António Vieira Pacheco

Créditos: FPT. Algarvio adora os ares de África e está na quinta final da temporada.

Tiago Pereira não se cansa de vencer

Num sábado soalheiro no norte de África, o jovem tenista português garantiu um lugar na quinta final da temporada ao superar com autoridade o francês Robin Catry (685.º ATP) pelos parciais de 6-4 e 6-4.

A vitória, construída com maturidade e confiança, marca a 12.ª nos últimos 15 encontros e confirma o excelente momento de forma do atleta algarvio.

Domínio desde o primeiro momento

Desde o primeiro jogo, Pereira (atualmente 400.º do ‘ranking’ ATP) demonstrou superioridade. Quebrou cedo o serviço do adversário e nunca perdeu o controlo. Catry tentou reagir, mas o português mostrou-se imperturbável, firme na linha de fundo e cirúrgico nas subidas à rede.

O segundo ‘set’ exigiu mais paciência e resistência mental. O francês equilibrou as trocas de bola, mas Pereira, com um break decisivo, voltou a impor-se. E o triunfo consumou-se em pouco mais de hora e meia, selando mais uma página vitoriosa na curta, mas já promissora, carreira do tenista de 22 anos.

Quinta final do ano — terceira consecutiva

Depois de duas finais perdidas em Bol, na Croácia, o jovem algarvio volta a sonhar com o título. Esta será a sua terceira final consecutiva, um feito raro a este nível e reflexo de uma consistência que começa a chamar a atenção fora das fronteiras lusas.

“Tenho-me sentido muito bem em campo, com confiança e ritmo. Quero aproveitar este momento para ir ainda mais longe”, terá dito o tenista à margem do torneio.

Com presença constante em provas internacionais e um lugar cada vez mais consolidado no top 400 mundial, o número seis português é hoje uma das maiores promessas do ténis português.

Última oportunidade para vingar finais perdidas

2025 já ofereceu quatro finais a Pereira — mas o título tem fugido por pouco. Este domingo, em Monastir, terá nova oportunidade de contrariar esse destino. O adversário sairá do duelo entre o tunisino Moez Echargui e o espanhol Iñaki Montes de la Torre — este último, curiosamente, seu parceiro na final de pares que se joga também esta tarde.

Independentemente do desfecho, o percurso do português impressiona: regularidade, ambição e evolução constante. Se continuar neste ritmo, os palcos maiores do circuito não tardarão a chamar por si.

Um nome a fixar no ténis nacional

Tiago Pereira não é apenas mais um nome nos ‘rankings’. É, cada vez mais, uma presença habitual em fases decisivas, um competidor feroz e um talento que começa a traduzir em resultados a promessa dos primeiros anos.

Com uma atitude focada, uma técnica apurada e uma cabeça fria nos momentos-chave, o jovem algarvio está a traçar o seu caminho com passos firmes. O que começou como uma sequência de boas prestações transformou-se num hábito de vitórias — e numa esperança renovada para o ténis nacional.

Neste domingo, em Monastir, procura mais do que um troféu: quer uma afirmação. E se o passado recente serve de indicador, há boas razões para acreditar que a quinta será, finalmente, de ouro.