Jaime Faria faz história na relva britânica
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Millennium Estoril Open. Jaime Faria adaptou-se bem à relva de Nottingham. |
Prova superada em relva inglesa
Jaime Faria continua a deixar marca no circuito
Challenger, agora com um feito inédito na sua jovem carreira: a primeira
qualificação para os quartos de final de um torneio disputado em piso de relva.
O feito aconteceu esta quarta-feira, em Nottingham, e representa um sinal
claro de crescimento competitivo português, atualmente no 119.º lugar do
‘ranking’ ATP.
Faria, de 21 anos, superou o
britânico Jan Choinski (208.º) em dois ‘sets’ — 7-5 e 6-3 — num
encontro marcado pela consistência e inteligência tática do português.
Relva, pela primeira vez nos 'quartos'
Este apuramento marca uma nova etapa
para Faria, que no presente ano tem consolidado entre os principais nomes
emergentes do ténis nacional. A presença nos quartos de final em relva —
uma superfície menos familiar para os jogadores portugueses — representa um
sinal claro da sua versatilidade e da aposta na evolução técnica.
Ele tem demonstrado maior adaptação
ao ritmo e às exigências táticas da relva, uma superfície que exige serviço
forte, jogo mais direto e boa leitura de trajetórias. E isso notou-se frente a
Choinski.
Próximo obstáculo: Mochizuki
Na fase de acesso às meias-finais, terá pela
frente a Shintaro Mochizuki (164.º ATP), semifinalista em Ilkley, na
semana passada, também em relva. O nipónico é rápido, criativo, com bom toque,
e conhece bem este tipo de piso. O confronto será exigente e promete
intensidade desde o primeiro ponto.
Será também um barómetro para perceber até onde pode ir nesta fase da época — e até que ponto as melhorias no seu jogo traduzem-se em resultados consistentes. As lesões sofridas no primeiro trimestre do ano obrigaram a sair do top 100 mundial, mas não diminuíram a confiança nem a visão de longo prazo.
Choinski resistiu…, mas Faria foi mais eficaz
O jogo contra Jan Choinski teve
momentos de equilíbrio, especialmente no primeiro ‘set’, mas o português demonstrou
segurança nos momentos cruciais. Um break tardio selou o 7-5, e no segundo
parcial assumiu o controlo desde cedo, beneficiando também de uma quebra anímica
do britânico.
O português terminou o encontro com
uma percentagem alta de primeiros serviços e um número muito reduzido de erros
não forçados — sinais de maturidade e foco competitivo.
E Wimbledon no horizonte?
A pergunta começa a surgir: poderá chegar às qualificações de Wimbledon em boa forma? A resposta
dependerá dos próximos encontros, mas a adaptação à relva em Nottingham é um
sinal encorajador.
A tradição portuguesa em Wimbledon é
limitada, e qualquer presença de qualidade chama a atenção dos fãs. Ele já está a mostrar que merece esse palco, mesmo que não entrou direto.
Um caminho português em verde
Numa época onde o ténis português
continua a crescer em várias frentes, ver um jovem como o lisboeta destacar-se numa superfície tão específica como a relva é algo que entusiasma.
Não só pelo resultado em si, mas pela forma como o consegue: com cabeça fria,
decisões certas e muito trabalho nos bastidores.
Seja qual for o desfecho nos quartos
de final, a sua presença em Nottingham já é uma afirmação. Não é apenas uma boa
semana — é um passo em frente no caminho de um tenista que quer mais do que
prometer: quer concretizar.
O lisboeta continua a escrever o seu
nome na história do ténis português. A campanha em Nottingham reforça o seu
talento e a sua capacidade de adaptação num circuito cada vez mais exigente.
Por fim, explore mais conteúdos abaixo e
mantenha-se a par do que realmente importa no mundo do ténis.
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