Bratislava roubou os pontos a Rocha, mas não o Norte

                                                                     Por António Vieira Pacheco

Rocha não é necessário tirar a toalha ao xhão.
Créditos: FPT. Henrique Rocha limpa o suor na batalha perdida com uma promessa croata.

                  Portuense tomba e vira a página para Poznan

Um ano após ter tocado a final em Bratislava, Henrique Rocha voltou à capital eslovaca com memórias vivas e esperanças elevadas. Mas o tempo passa, o circuito transforma-se e a pressão dos pontos a defender pesa como a gravidade.

Esta sexta-feira, o portuense de 21 anos — atualmente o número três português e 147.º ATP — viu o seu caminho interrompido nos quartos de final do Challenger eslovaco.
Dino Prizmic, croata de talento precoce e passado glorioso como número um mundial de juniores (da mesma geração de Rocha), impôs-se com autoridade: 6-4 e 6-1.

Equilíbrio inicial, desfecho implacável

Durante mais de uma hora, o encontro foi tenso, nivelado, uma dança estratégica onde Rocha tentou marcar o ritmo. Mas no fim do primeiro ‘set’, o croata, hoje 252.º do mundo, mas com fôlego de quem vem embalado por sete vitórias consecutivas, acelerou. A resistência portuguesa cedeu, e o segundo parcial confirmou o domínio: um 6-1 rápido, sem apelo.

Bratislava, que em 2024 quase lhe deu um título, agora assinala uma queda. Os pontos perdidos empurram Rocha para fora do top 150, numa fase em que cada posição pode definir o acesso aos grandes palcos.

Um novo ciclo a caminho 

Mas não há tempo para lamentos no circuito profissional. O próximo passo está já traçado: Challenger de Poznan, em terra batida, antes do grande objetivo — o qualifying de Wimbledon, onde o sonho da estreia no All England Club começa a tomar forma.

O portuense, que recentemente deixou a sua marca em Roland Garros, continua a caminhar entre expectativas e promessas, erros que ensinam e glórias por alcançar.
A relva espera, com os seus próprios códigos e surpresas. E o jovem português, embora ferido, segue. Porque no ténis, como na vida, o que conta é a resposta ao próximo serviço.

 

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