As histórias hilariantes de Alexander Bublik, o tenista 'rebelde'
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: ATP Tour. O cazaque afirmou em Roland Garros que 'Sinner que era um robô'. |
A leveza de um espírito livre!
Com somente 26 anos, Alexander Bublik
caminha pelo circuito mundial de ténis com a leveza de quem não teme ser
diferente. Numa era em que a perfeição técnica dá a sensação de ser regra, o
cazaque surge como um sopro de ar fresco — um jogador que não se esconde atrás
de convenções, mas que se deixa guiar pelo instinto e pela vontade de viver
plenamente.
“Sou um jogador de risco. Gosto dessa
sensação quando é 50–50. Quando sirvo com toda a força no segundo serviço em
deuce, sinto medo. Sinto o jogo, sinto-me bem”, revela, mostrando que a sua ousadia
não é somente estilo, mas uma filosofia de jogo.
Humor e irreverência nos courts
Depois de uma semana de sucesso nos
courts de Roland Garros, o cazaque confessou, com aquele humor ácido que o caracteriza, que já
reservou um voo para os Estados Unidos antes do encontro com o número um
mundial. “O Bublik precisa de férias”, disse, com um sorriso, revelando
um lado humano e descontraído, longe da imagem robótica de alguns adversários,
como Jannik Sinner, a quem apelidou “robô”.
“Para ser justo, o tipo é um robô. O
que esperavas de mim? Não há hipótese de ganhar um ‘set’”, disparou, num misto de provocação e
autocrítica. E completou com uma das suas filosofias mais relaxadas: “Para
mim, se eu ganhar, é bom. Se eu perder, também é bom. Provavelmente nunca me
verá tão incomodado depois dos encontros. Estou sempre feliz porque, quero dizer,
isso faz parte da vida.”
Entre um ‘set’ e outro, o jovem cazaque sonha em visitar o Grand Canyon — uma metáfora viva da grandiosidade natural que tanto admira. Ele proferiu que comprou “o bilhete de avião para os Estados Unidos para ir ao Grand Canyon”, para esta semana, antes do encontro com o número um mundial.
Momentos inusitados e verdadeiras histórias
A irreverência de Bublik não se
limita só às palavras. Numa decisão tensa, repetida num ponto crucial, ele
surpreendeu ao servir por baixo, numa espécie de provocação divertida, e
solicitou ao adversário para utilizar o vídeo para observar se existiu alguma ilegalidade — um pedido incomum no ténis, que
mostra seu espírito brincalhão e a vontade de desafiar a norma.
Em outra ocasião, saltou os placares
de publicidade e foi parar junto a um espetador que comia batatas fritas. Sem
cerimónias, retirou algumas da embalagem e começou a comer, arrancando
gargalhadas da plateia com a sua espontaneidade desarmante.
A essência de Bublik: paixão e autenticidade
O cazaque não esconde as suas motivações
e é transparente até nas declarações mais polémicas. “Se não houvesse
dinheiro, pararia imediatamente de jogar ténis”, afirmou, numa honestidade rara no
circuito profissional.
Mas apesar da atitude descomplicada,
ele leva o seu talento a sério: “Confio muito em mim mesmo. Foi isso que me
trouxe até aqui”, afirma. E completa com o seu estilo inconfundível: “Às
vezes, atiro a bola e não sei o que fazer. E decido bater forte. Tenho muita
confiança no meu serviço.”
O cazaque é mais do que um tenista —
é um espírito livre que vive o ténis como uma dança entre paixão e pragmatismo.
Uma figura que, com cada declaração e cada encontro, nos lembra que o caminho
até o topo pode ser feito com leveza, autenticidade e um toque de poesia.
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