Francisco Cabral: “Prefiro vencer aqui os polacos e ter perdido em Oeiras”
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Créditos: Millennium Estoril Open. O cumprimento dos vencedores. |
Duas semanas após a amarga derrota na
final do Oeiras Open 4, Francisco Cabral e Lucas Miedler reencontraram os
mesmos adversários — os polacos Karol Drzewiecki e Piotr Matuszewski — mas,
desta vez, o desfecho foi outro. No Millennium Estoril Open, a dupla
luso-austríaca mostrou maturidade, serenidade e, acima de tudo, superioridade
em campo, carimbando com firmeza o passaporte para as meias-finais.
“Foi bem diferente o desfecho”,
confessou Cabral, aliviado, “mas não foi bem diferente o desenrolar do
encontro.” E explicou: “Tanto em Oeiras como aqui, fomos a melhor
equipa. A diferença esteve na forma como mantivemos o foco e gerimos os
momentos-chave.”
Lições de Oeiras, foco no Estoril
Na memória ainda viva do desaire no
Jamor, onde perderam um primeiro ‘set’ ganho por 4-1, Cabral realça que o ténis
é, por natureza, um desporto de constantes recomeços. “Prefiro vencer aqui os polacos e ter perdido em Oeiras. O bom do ténis é que todas as semanas há
nova oportunidade. E soubemos aproveitá-la.”
Essa filosofia de resiliência parece
ter sido o ingrediente secreto da vitória desta sexta-feira. O par mostrou-se
coeso, mentalmente preparado e tecnicamente preciso, sobretudo no decisivo
supertiebreak, onde a frieza falou mais alto.
Serenidade como trunfo
“Hoje soubemos estar bem, manter a
calma. Acreditámos sempre que, sendo a melhor equipa, íamos ganhar”, reforçou o tenista portuense. Com 28
anos e 14 títulos do escalão ATP Challenger no currículo, Cabral procura agora
o 15.º troféu e sonha repetir o feito de 2022, ano em que conquistou este mesmo
torneio ao lado de Nuno Borges.
A terra batida do Clube de Ténis do
Estoril parece trazer boas energias ao português, que não esconde o desejo de
voltar a erguer ali um troféu, desta vez com o austríaco Miedler.
Desconhecidos familiares
O próximo obstáculo no caminho para a
final dá pelo nome de Petr Nouza e Patrick Rikl. Checos, talentosos e
perigosos, já levantaram um título ATP este ano, em Marraquexe. “Não me
lembro se já os defrontei, mas conhecemo-los bem, e eles a nós. Vai ser um
duelo equilibrado”, antecipou Cabral.
Ciente da qualidade dos adversários,
o tenista deixou ainda um apelo ao público: "Espero que compareça em
peso. Pode fazer toda a diferença."
O ténis, feito de altos e baixos,
vinganças e recomeços, oferece sempre uma nova página a escrever. Cabral e
Miedler escreveram hoje mais uma com tinta firme, apagando a mancha recente do
Jamor com uma exibição segura e determinada. A final está à vista. A história
continua em terra batida.
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