Francisco Cabral: “Prefiro vencer aqui os polacos e ter perdido em Oeiras”

                                                           Por António Vieira Pacheco

Portuense analisa apuramento para as meias-finais do Millennium Estoril Open.
Créditos: Millennium Estoril Open. O cumprimento dos vencedores.

Duas semanas após a amarga derrota na final do Oeiras Open 4, Francisco Cabral e Lucas Miedler reencontraram os mesmos adversários — os polacos Karol Drzewiecki e Piotr Matuszewski — mas, desta vez, o desfecho foi outro. No Millennium Estoril Open, a dupla luso-austríaca mostrou maturidade, serenidade e, acima de tudo, superioridade em campo, carimbando com firmeza o passaporte para as meias-finais.

“Foi bem diferente o desfecho”, confessou Cabral, aliviado, “mas não foi bem diferente o desenrolar do encontro.” E explicou: “Tanto em Oeiras como aqui, fomos a melhor equipa. A diferença esteve na forma como mantivemos o foco e gerimos os momentos-chave.”

Lições de Oeiras, foco no Estoril

Na memória ainda viva do desaire no Jamor, onde perderam um primeiro ‘set’ ganho por 4-1, Cabral realça que o ténis é, por natureza, um desporto de constantes recomeços. “Prefiro vencer aqui os polacos e ter perdido em Oeiras. O bom do ténis é que todas as semanas há nova oportunidade. E soubemos aproveitá-la.”

Essa filosofia de resiliência parece ter sido o ingrediente secreto da vitória desta sexta-feira. O par mostrou-se coeso, mentalmente preparado e tecnicamente preciso, sobretudo no decisivo supertiebreak, onde a frieza falou mais alto.

Serenidade como trunfo

“Hoje soubemos estar bem, manter a calma. Acreditámos sempre que, sendo a melhor equipa, íamos ganhar”, reforçou o tenista portuense. Com 28 anos e 14 títulos do escalão ATP Challenger no currículo, Cabral procura agora o 15.º troféu e sonha repetir o feito de 2022, ano em que conquistou este mesmo torneio ao lado de Nuno Borges.

A terra batida do Clube de Ténis do Estoril parece trazer boas energias ao português, que não esconde o desejo de voltar a erguer ali um troféu, desta vez com o austríaco Miedler.

Desconhecidos familiares

O próximo obstáculo no caminho para a final dá pelo nome de Petr Nouza e Patrick Rikl. Checos, talentosos e perigosos, já levantaram um título ATP este ano, em Marraquexe. “Não me lembro se já os defrontei, mas conhecemo-los bem, e eles a nós. Vai ser um duelo equilibrado”, antecipou Cabral.

Ciente da qualidade dos adversários, o tenista deixou ainda um apelo ao público: "Espero que compareça em peso. Pode fazer toda a diferença."

O ténis, feito de altos e baixos, vinganças e recomeços, oferece sempre uma nova página a escrever. Cabral e Miedler escreveram hoje mais uma com tinta firme, apagando a mancha recente do Jamor com uma exibição segura e determinada. A final está à vista. A história continua em terra batida.

 

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