Francisco Cabral firma presença nas 'meias' de pares do Millennium Estoril Open
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Millennium Estoril Open. Francisco Cabral cumprimenta o seu parceiro após vencer ‘set’. |
Francisco Cabral riscou mais uma
linha na sua caderneta de feitos no Millennium Estoril Open. Esta sexta-feira,
o tenista portuense, número um português na variante de pares, garantiu o
apuramento para as meias-finais da competição, num palco que bem conhece e onde
já triunfou em 2022. Três anos depois do título conquistado com Nuno Borges,
volta ao fim de semana das decisões, agora ao lado do austríaco Lucas Miedler.
Um encontro disputado até ao limite
Se na véspera a vitória foi clara e
resolvida em dois ‘sets’, esta tarde exigiu mais esforço e paciência. Cabral e
Miedler enfrentaram os polacos Karol Drzewiecki e Piotr Matuszewski e só no
match tiebreak confirmaram a desforra. O marcador fixou-se nos parciais de 6-1,
3-6 e 10–4 — um retrato fiel da montanha-russa o qual foi o encontro.
A entrada dominante, marcada por
quebras de serviço oportunas, proporcionou um segundo ‘set’ mais errático. No
momento decisivo, porém, o par luso-austríaco encontrou novamente a harmonia e
não vacilou.
Cabral não é somente um nome
recorrente no torneio do Estoril — é, cada vez mais, um símbolo de consistência
num circuito exigente e mutável. A sua leitura do jogo, capacidade de adaptação
a novos parceiros e serenidade nos momentos de maior pressão têm feito dele um
dos pilares do ténis nacional em pares.
A ligação com Lucas Miedler, embora
recente, mostra já traços de maturidade e entendimento tático. Como responderam
à adversidade nesta sexta-feira, confirma que não jogam somente juntos:
constroem uma candidatura séria ao título.
Duelo com cabeças de série nas
meias-finais!
O próximo obstáculo está já marcado:
este sábado, Cabral e Miedler enfrentam os checos Petr Nouza e Patrik Rikl,
quarto par mais bem cotado do torneio. Trata-se de uma dupla sólida,
tecnicamente apurada, que também chega com argumentos firmes a esta fase.
Para o par luso-austríaco, o desafio
será encontrar o equilíbrio entre agressividade e controlo, aproveitando o
conhecimento que Cabral tem dos courts e da envolvente. O apoio do público, que
sempre vibra com os da casa, poderá ser decisivo numa fase em que os detalhes
pesam tanto como os pontos.
O Millennium Estoril Open tem sido,
para Francisco Cabral, mais do que um torneio: é uma espécie de regresso a
casa, onde o tempo parece alinhar-se com a memória e o talento. Cada edição tem
trazido novos capítulos — parceiros diferentes, adversários renovados, mas uma
constante permanece: a vontade de vencer.
Num desporto marcado por rápidas
transições e constante exigência mental, Cabral mostra que há espaço para
crescer com raízes. E o Estoril, com o seu charme atlântico e atmosfera de
proximidade, parece oferecer-lhe o cenário ideal para continuar a fazer história.
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