Francisco Cabral: “Especial é a palavra certa”
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Millennium Estoril Open. A dupla que encanta o público português. |
O ténis português volta a escrever
uma bela página. Francisco Cabral, ao lado do austríaco Lucas Miedler,
qualificou-se para a final de pares do Millennium Estoril Open 2025,
vencendo os checos Petr Nouza e Patrick Rikl com os parciais de 6-3, 4-6 e 10-5.
Num jogo de nervos e talento, o par luso-austríaco voltou a mostrar garra e
superação no supertiebreak, repetindo o guião dos quartos de final.
Francisco Cabral não escondeu a emoção após a
partida.
“Penso que especial é
mesmo a palavra certa”, começou por dizer. E não é para menos. O Estoril Open é, para muitos, o
palco maior do ténis nacional — um verdadeiro templo desportivo para os atletas
portugueses.
“É o maior torneio que temos em Portugal. Para mim, é exatamente igual a um ATP 250. Se ganharmos amanhã, vai para o topo das minhas conquistas.”
Com os olhos postos na final de
domingo, o tenista português deixou ainda um desejo: que este não seja o auge,
mas somente mais um degrau rumo a feitos maiores. A sede de vitória é clara e a
motivação, total.
Um austríaco com alma portuguesa
Lucas Miedler revelou-se comovido com
o ambiente vivido em court. “Gosto de sentir o apoio do público num país que
não é o meu. É muito especial”, afirmou, reconhecendo que a maioria da
energia vinha dos adeptos portugueses, mas dizendo-se contagiado por ela.
“Não era por mim, mas pelo Rei de
Portugal. Gosto de jogar com o público. Esperemos que amanhã o ambiente esteja
igual.”
Este “Rei de Portugal”, como
carinhosamente chamou a Francisco Cabral, reforça a cumplicidade da
dupla — uma parceria recente, mas já com traços de irmandade em campo.
Análise com cabeça fria
A vitória teve momentos de tensão e
exigiu uma resposta mental firme. “Apesar do primeiro ‘set’ ter parecido
fácil, não foi. Eles são uma dupla muito perigosa”, explicou Cabral,
sublinhando a agressividade adversária na resposta ao serviço.
“Felizmente tivemos ali uma pausa, fomos à casa de banho, limpar a cabeça e viemos para o supertiebreak com toda a força.”
Essa pausa revelou-se essencial para
mudar o rumo do encontro, permitindo à dupla regressar com foco renovado. O
resultado foi uma vitória construída com sangue-frio, espírito competitivo e
uma sintonia que não se compra — conquista-se.
Um domingo com sabor a sonho
Com a final marcada para amanhã,
domingo, a expectativa cresce. O portuense tem agora a oportunidade de fazer
história no maior palco do ténis nacional, perante um público que o viu crescer
e que sonha com mais um triunfo português no Millennium Estoril Open.
A última palavra, no entanto, será
dada dentro de campo — com raquetas a falar mais alto que as vozes, e com o
coração português a bater forte em cada ponto.
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