Francisco Cabral, nome de final

                                                               Por António Vieira Pacheco

A história do portuense nos dois Estoril-
Créditos: FPT: Dupla luso-austríaca em mais uma final, após ter perdido em Oeiras.

Francisco Cabral voltou a inscrever o seu nome nas páginas douradas do ténis português. Este sábado, o portuense tornou-se no primeiro jogador nacional a alcançar a final de pares nas duas versões do Millennium Estoril Open — o Challenger 175 e o ATP 250. Um feito raro, com sabor a legado.

Três anos após ter conquistado o troféu em 2022 ao lado de Nuno Borges, Cabral voltou ao Estádio Millennium para mostrar que a ligação com este torneio não se perdeu. Agora com um novo parceiro — o austríaco Lucas Miedler —, a química foi imediata. Juntos, derrotaram a dupla checa formada por Petr Nouza e Patrik Rikl com os parciais de 6-3, 4-6 e 10–5, em somente uma hora e 20 minutos.

Três torneios, três finais

A consistência do portuense, em 2025, tem sido notável. Esta presença na final de duplas é a terceira consecutiva, depois de também ter atingido as finais em torneios anteriores — incluindo uma vitória no Challenger de Madrid. Em plena fase ascendente, o jogador português confirma o seu estatuto como um dos mais sólidos especialistas de pares do circuito europeu.

Na final, Cabral e Miedler medirão forças com os primeiros cabeças de série: o uruguaio Ariel Behar e o belga Joran Vliegen, nomes bem estabelecidos no circuito ATP. Será, sem dúvida, um teste de fogo para a nova dupla luso-austríaca, mas também uma oportunidade de ouro para Cabral conquistar o seu segundo título na terra onde já foi feliz.

O Estoril como casa

Se há jogador que se sente em casa no Estoril, é Francisco Cabral. Crescido nas emoções da terra batida portuguesa, habituado à pressão do público e ao peso da camisola, o portuense fez deste torneio uma extensão do seu percurso profissional. O Estoril viu-o crescer, e agora assiste à sua consolidação como figura incontornável do ténis nacional na variante de pares. Uma aposta que assumiu há bastante tempo.

Um exemplo para o futuro

Num país ainda em busca de referências no ténis masculino além do circuito de singulares, Cabral mostra o caminho alternativo — o de pares.

A sua dedicação, visão tática e capacidade de adaptação a diferentes parceiros tornam-no num exemplo para as gerações vindouras. Não é preciso estar sozinho em campo para fazer história.


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