Francisco Cabral: “Agora é difícil fazer uma avaliação muito positiva”

                                                                 Por António Vieira Pacheco

Portuense analisa desaire na final do Millennium Estoril Open.
Créditos: Millennium Estoril Open. Desilusão com alma no Estoril. Um vice-campeão português 

Francisco Cabral, de 29 anos, ficou este domingo a um passo de conquistar o seu segundo título no Millennium Estoril Open. O tenista portuense, em parceria com o austríaco Lucas Miedler, terminou como vice-campeão de pares do maior torneio de ténis em solo nacional. Apesar da derrota, o balanço é de superação e orgulho.

À saída do court, o semblante espelhava desilusão, mas também serenidade. Não foi somente uma final perdida — foi uma batalha travada em casa, perante o público que o viu crescer.

Uma semana positiva, apesar de tudo!

“Agora é difícil fazer uma avaliação muito positiva, mas acaba por ser uma semana boa…”

As palavras de Cabral refletem o espírito de quem vive o desporto com paixão. Ao longo da semana, ele e Miedler somaram três vitórias sólidas, construindo o caminho até à final. O desfecho não foi o desejado, mas o percurso fala por si.

O par adversário, com mais experiência, soube explorar debilidades e impor o ritmo. Ainda assim, Francisco recusa-se a focar-se somente no resultado: valorizou a entrega, a aprendizagem e o ambiente que o rodeou.

Um campo de vento e incerteza

O Millennium Estoril Open é mais do que um torneio. É uma prova de resistência às condições imprevisíveis da costa portuguesa. Este ano, o vento foi protagonista incómodo.

“Parece que o vento entra e depois não sai… não é fixo, não está sempre na mesma direção.”

O relato do tenista deixa claro: adaptar-se foi um desafio constante. O vento errante baralhou estratégias e exigiu improviso. A dupla não conseguiu lidar com esse fator tão bem quanto os adversários. No ténis, pequenas variações decidem grandes partidas.

O peso de perder onde se sonha ganhar

O Estoril é mais do que um local — é um símbolo na carreira de Francisco Cabral. Foi lá que conquistou o seu primeiro título ATP, um marco gravado na memória e no coração.

“Queria muito ganhar aqui; por isso, esta derrota pesa um bocadinho mais do que outras.”

O palco que lhe deu glória agora trouxe um sabor amargo. Mas o portuense não se deixa consumir pela frustração. Com maturidade, antecipa o regresso à normalidade, aos treinos, e à ambição de fazer melhor nos próximos desafios.

Cabral deixa o Estoril com um misto de emoções. Se o troféu escapou, ficou uma certeza: a sua ligação ao torneio e ao público português é inquebrável. A semana foi de crescimento e de luta — ingredientes essenciais para o sucesso.

Daqui a dias, estará de volta ao campo de ténis, com a mesma garra de sempre, em busca de mais um capítulo de glória na sua carreira.


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