Esteve tão perto, os 'quartos', Gastão Elias
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Créditos: Millennium Estoril Open. Gastão esteve muito perto de obter a melhor vitória da temporada. |
Esteve perto, muito perto, mas
não aconteceu magia. Gastão Elias, atualmente no 339.º lugar do ‘ranking’
ATP, voltou aos grandes palcos e quase protagonizou uma das maiores surpresas
do Millennium Estoril Open 2025. Frente ao chileno Nicolás Jarry (57.º ATP), de 29 anos, o
tenista português teve nas mãos a vitória, mas acabou eliminado nos oitavos de
final com os parciais de 6-2, 4-6 e 7-5. Como se diz na gíria, faleceu à beira
da praia.
Um arranque desastroso, mas com reação
O encontro começou com domínio
absoluto de Jarry, conhecido no seu país como a Torre de Santiago. Em poucos minutos, Elias, de 34 anos, já perdia por 0-4, com dois breaks
sofridos. O chileno entrou agressivo, serviu com potência e retirou espaço ao
português para preparar as suas pancadas.
Ainda assim, o tenista da Lourinhã
não baixou os braços. Lentamente, foi a ajustar o jogo e tentando encontrar
respostas para a agressividade do sul-americano. Apesar de perder o primeiro
‘set’, a resposta estava a caminho.
Um segundo ‘set’ com alma portuguesa
Com o apoio do público e uma atitude
mais firme em campo, Elias começou a equilibrar o duelo. Sempre que os pontos
se prolongavam, era ele quem saía por cima. Jarry evitava as trocas longas,
consciente da sua maior vulnerabilidade nesse tipo de jogo.
Após quebrar o serviço do chileno,
Elias teve oportunidade para fechar o ‘set’. Vacilou e sofreu o contra break.
Mas não desistiu: quebrou de imediato e fechou o parcial por 6-4, num dos
momentos mais emocionantes da tarde.
Terceiro ‘set’: tão perto da glória
O último ‘set’ foi um verdadeiro
teste de nervos. Elias servia sempre à frente e mantinha a pressão sobre Jarry.
A servir a 5-3, teve a oportunidade de encerrar o encontro — e talvez mudar a
sua história recente no circuito.
Mas o chileno reagiu. Elevou o nível,
forçou erros do português e venceu cinco jogos consecutivos. Um desfecho duro
para Elias, que liderava e comandava, mas claudicou no momento-chave.
Uma derrota que vale reconhecimento
Apesar da eliminação, o Mágico sai do
Millennium Estoril Open com uma exibição que merece destaque. Aos 34 anos,
mostrou garra, maturidade e capacidade para disputar partidas de alto nível
contra adversários bem colocados no ‘ranking’ mundial.
Foi a sua primeira vitória no torneio
desde 2017 e quase se transformava numa história de superação total. A sua
presença e desempenho dão alento ao ténis português num palco onde raramente os
da casa brilham.
Com esta vitória, Nicolás Jarry
avança para os quartos de final, onde poderá defrontar o cabeça de série número
1, o canadiano Félix Auger-Aliassime (19.º ATP), caso este vença o italiano
Andrea Pellegrino (237.º ATP).
Portugal despede-se de Elias no
quadro principal, mas a sua prestação deixa uma mensagem clara: o ténis
nacional continua a resistir, mesmo quando o favoritismo está do outro lado da
rede.
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