Esteve tão perto, os 'quartos', Gastão Elias

                                                           Por António Vieira Pacheco
Mágico desperdiça match-point, sendo travado no Millennium Estoril Open.
Créditos: Millennium Estoril Open. Gastão esteve muito perto de obter a melhor vitória da temporada.

 Esteve perto, muito perto, mas não aconteceu magia. Gastão Elias, atualmente no 339.º lugar do ‘ranking’ ATP, voltou aos grandes palcos e quase protagonizou uma das maiores surpresas do Millennium Estoril Open 2025. Frente ao chileno Nicolás Jarry (57.º ATP), de 29 anos, o tenista português teve nas mãos a vitória, mas acabou eliminado nos oitavos de final com os parciais de 6-2, 4-6 e 7-5. Como se diz na gíria, faleceu à beira da praia.

Um arranque desastroso, mas com reação

O encontro começou com domínio absoluto de Jarry, conhecido no seu país como a Torre de Santiago. Em poucos minutos, Elias, de 34 anos,  já perdia por 0-4, com dois breaks sofridos. O chileno entrou agressivo, serviu com potência e retirou espaço ao português para preparar as suas pancadas.

Ainda assim, o tenista da Lourinhã não baixou os braços. Lentamente, foi a ajustar o jogo e tentando encontrar respostas para a agressividade do sul-americano. Apesar de perder o primeiro ‘set’, a resposta estava a caminho.

Um segundo ‘set’ com alma portuguesa

Com o apoio do público e uma atitude mais firme em campo, Elias começou a equilibrar o duelo. Sempre que os pontos se prolongavam, era ele quem saía por cima. Jarry evitava as trocas longas, consciente da sua maior vulnerabilidade nesse tipo de jogo.

Após quebrar o serviço do chileno, Elias teve oportunidade para fechar o ‘set’. Vacilou e sofreu o contra break. Mas não desistiu: quebrou de imediato e fechou o parcial por 6-4, num dos momentos mais emocionantes da tarde.

Terceiro ‘set’: tão perto da glória

O último ‘set’ foi um verdadeiro teste de nervos. Elias servia sempre à frente e mantinha a pressão sobre Jarry. A servir a 5-3, teve a oportunidade de encerrar o encontro — e talvez mudar a sua história recente no circuito.

Mas o chileno reagiu. Elevou o nível, forçou erros do português e venceu cinco jogos consecutivos. Um desfecho duro para Elias, que liderava e comandava, mas claudicou no momento-chave.

Uma derrota que vale reconhecimento

Apesar da eliminação, o Mágico sai do Millennium Estoril Open com uma exibição que merece destaque. Aos 34 anos, mostrou garra, maturidade e capacidade para disputar partidas de alto nível contra adversários bem colocados no ‘ranking’ mundial.

Foi a sua primeira vitória no torneio desde 2017 e quase se transformava numa história de superação total. A sua presença e desempenho dão alento ao ténis português num palco onde raramente os da casa brilham.

Com esta vitória, Nicolás Jarry avança para os quartos de final, onde poderá defrontar o cabeça de série número 1, o canadiano Félix Auger-Aliassime (19.º ATP), caso este vença o italiano Andrea Pellegrino (237.º ATP).

Portugal despede-se de Elias no quadro principal, mas a sua prestação deixa uma mensagem clara: o ténis nacional continua a resistir, mesmo quando o favoritismo está do outro lado da rede.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Gilberto Garrido é um farol da Madeira

José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa

FPT continua em festa