Gastão Elias: “Estou cá para as curvas”

                                                            Por António Vieira Pacheco

O mágico consegue uma excelente bitória no Millennium Estoril Open.
Créditos: Millennium Estoril Open. A próxima ronda será bastante complicada, 'são ambos duríssimo'.

Gastão Elias regressa às vitórias no Estoril Open após oito anos, com triunfo emotivo sobre o jovem Learner Tien. 

O veterano português, atual número 339 do ‘ranking’ mundial, voltou esta segunda-feira a vencer no Millennium Estoril Open, quebrando um jejum de quase dez anos no torneio. Numa exibição carregada de emoção e resiliência, Elias superou o jovem norte-americano, de 19 anos, Learner Tien (n.º 69 ATP) por 5-7, 7-5 e 6-4, num encontro onde a experiência e o apoio do público português foram determinantes.

“Quase dez anos? Não pensei que fosse há tanto tempo. Fico feliz pela vitória, triste por haver tantos anos entre uma vitória e outra.”

A tarefa não se adivinhava fácil e complicou-se ainda mais com a perda do primeiro ‘set’. Mas Elias, habituado aos altos e baixos da carreira, soube reinventar-se em campo.

“Joguei bastante bem, apesar de um ou outro erro que me fez perder o primeiro ‘set’. Estive sólido e intenso, apesar do nervosismo ao entrar no encontro. Foi bastante positivo.”

Idoso? Não. Experiente!

Aos 34 anos, Elias assume-se como um dos jogadores mais velhos do torneio, mas não vê isso como limitação — pelo contrário.

“Tenho nervosismo porque quero ter bom desempenho, jogo em casa. Ajuda ter a idade que tenho, já passei por isso muitas vezes. Foi uma coisa positiva.”

Com mais de uma década e meia de circuito nas pernas, o tenista da Lourinhã está fisicamente inteiro e mentalmente fresco.

“Ele é promessa, eu sou atual, estou cá para as curvas. Sinto-me bem, estive fisicamente de igual para igual frente a um miúdo com quase menos quinze anos do que eu.”

Próximo desafio: vingança em campo

Na próxima ronda, Elias poderá defrontar Nicolás Jarry ou Henrique Rocha — ambos com contas antigas por saldar.

“A última vez que joguei com o Henrique perdi, levei uma coça, na verdade. O Jarry, se não me engano, também perdi. Com qualquer um dos dois tentarei a desforra.”

Motivado, em boa forma e com o público a empurrá-lo, o mágico promete continuar a lutar com o coração e o talento de sempre.


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