Nuno Borges desliza na terra batida de Roland Garros
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Créditos: ATP Tour. O adeus do Lidador na prova de singulares de Roland Garros. |
Borges despede-se com honra em Paris
Em Roland Garros, palco lendário do ténis em terra batida, Nuno Borges escreveu
páginas de história inédita para o ténis português. Tornou-se o primeiro homem
luso a recuperar de dois ‘sets’ de desvantagem num Grand Slam, a bater um top
10 neste palco e a alcançar a terceira ronda no torneio parisiense.
Na sexta-feira mais quente da semana,
com termómetros a tocarem os 30 graus, Borges cedeu frente ao australiano
Alexei Popyrin, número 25 do mundo, pelos parciais de 6-4, 7-6(11) e 7-6(5),
encerrando assim a sua caminhada nos singulares.
A estreia no desconhecido
Era território nunca pisado por um tenista português — pelo menos entre os
homens. Michelle Larcher de Brito, em 2009, havia sido a única a alcançar este
patamar. Mas Borges quis mais. Começou em desvantagem, hesitante, talvez
a adaptar-se ao peso do feito. A bola fugia-lhe, a resposta não surgia.
Porém, à medida que o sol apertava, o
seu ténis também se aquecia. Elevou o nível na segunda partida e lutou com
bravura: anulou cinco ‘set’ points e empurrou o duelo para um tiebreak épico.
Uma dupla falta no 10–10 manchou o que podia ter sido o momento de viragem.
Popyrin, potência e precisão
Do outro lado da rede, Popyrin impôs a sua lei com um serviço destruidor (13 ases, sempre acima dos 210 km/h) e uma direita letal, potenciada pelo calor abrasador. No terceiro ‘set’, voltou a prevalecer no momento-chave: três ases consecutivos afastaram o único break point do maiato, selando o encontro em três horas de grande intensidade.
A epopeia do Lidador nos singulares
chega ao fim, mas o seu torneio ainda não terminou. No sábado, regressa ao
court ao lado do francês Arthur Rinderknech para tentar o apuramento para os
oitavos de final de pares.
Já Henrique Rocha, estreante
em Grand Slams, segue firme em Paris. Após sair do qualifying e de também
recuperar de dois ‘sets’ abaixo, o jovem português inscreveu o nome na terceira
ronda, tornando este Roland Garros no primeiro Slam com dois lusos nesta fase.
Com apenas 21 anos, Rocha
carrega agora a esperança nacional. E pode, já neste fim de semana, tornar-se
no primeiro português de sempre a alcançar os oitavos de final de singulares em Roland Garros.
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