Chuva no Jamor, sol aberto para Eala

                                                            Por António Vieira Pacheco

Créditos: FPT. Eala vence em dois ‘sets’.

Vinte e quatro horas após pisar pela primeira vez o Court Central do Jamor, Alexandra Eala já tinha deixado a sua marca — não somente na terra batida húmida de Oeiras, mas no coração de quem assistiu. Com a serenidade de quem sabe esperar pelo momento certo, a jovem de 19 anos enfrentou o capricho da meteorologia com a mesma compostura com que troca bolas no fundo do court: sem pressas, mas com precisão.

A chuva, teimosa e impaciente, tentou adiar o inevitável. Na véspera, Anouk Koevermans vencia o segundo ‘set’ por 4-2 quando os céus fecharam as cortinas. O encontro foi interrompido, adiado, dividido em pedaços de tempo que pareciam não querer colar-se. Mas esta terça-feira, enfim, o jogo retomou-se — e com ele, o fio da história que Eala parecia já ter escrito.

Com um ténis maduro e ritmado, Eala devolveu à neerlandesa tudo o que a véspera deixara em suspenso: quatro jogos seguidos, um marcador fechado em 6-3 e 6-4, e um lugar na segunda ronda do Oeiras Open 125, onde chegou como principal cabeça de cartaz.

Mais do que uma vitória, foi uma afirmação: a coqueluche do ténis filipino, número 72 mundial após o brilharete em Miami, provou que também sabe brilhar em terra batida. Na bancada, dezenas de compatriotas — entre eles o próprio Embaixador das Filipinas em Lisboa, Paul Raymund Cortes — viveram o momento como quem vê nascer algo maior do que um simples triunfo.

Por agora, Eala aguarda. A sua próxima adversária ainda não tem rosto: sairá do duelo entre Panna Udvardy e uma tenista vinda do qualifying. Mas se há algo que a filipina já demonstrou, é que saber esperar pode ser uma virtude — e que até sob nuvens carregadas pode nascer sol.

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