Henrique Rocha tem fatura a pagar
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Créditos: Millinium Estoril Open. Portuense pensativo. |
Henrique Rocha voltou aos courts com
a pressa de quem quer recuperar o tempo perdido, mas o tempo, implacável, não
se compadece com urgências. O corpo, ainda a recuperar da lesão abdominal, não
encontrou o compasso certo, e a mente, carregada pelo peso da defesa do título
em Múrcia, não conseguiu libertar-se.
Duas derrotas na primeira ronda,
sinais claros de que falta ritmo, de que falta leveza. No Challenger ATP 100 de
Girona, o embate contra Lukas Neumayer (209.º mundial) trouxe mais do mesmo:
6-4, 6-2, um desfecho frio, sem margem para ilusões. E o austríaco chegava
rodado do qualifying, embalado por duas vitórias, incluindo um duplo 6-4 sobre
Gastão Elias. O portuense, que faz 21 anos no próximo dia 6 de abril, pelo
contrário, sentia o peso da paragem, a ferrugem nos movimentos. O ‘ranking’
responderá na segunda-feira, impiedoso — do 161.º posto, a porta de
saída do top 200 está aberta.
Há montanhas que se escalam com
pernas frescas e pulmões cheios, mas a de Rocha exige mais do
que isso. Exige tempo, resiliência, coragem para suportar os primeiros passos
pesados. Quando o ritmo voltar, quando os golpes fluírem sem hesitação, a tocha
reacender-se-á. Mas até lá, há uma fatura a pagar.
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