Henrique Rocha tem fatura a pagar

 Por António Vieira Pacheco 
Derrota à primeira em Girona.
Créditos: Millinium Estoril Open. Portuense pensativo.

Henrique Rocha voltou aos courts com a pressa de quem quer recuperar o tempo perdido, mas o tempo, implacável, não se compadece com urgências. O corpo, ainda a recuperar da lesão abdominal, não encontrou o compasso certo, e a mente, carregada pelo peso da defesa do título em Múrcia, não conseguiu libertar-se.

Duas derrotas na primeira ronda, sinais claros de que falta ritmo, de que falta leveza. No Challenger ATP 100 de Girona, o embate contra Lukas Neumayer (209.º mundial) trouxe mais do mesmo: 6-4, 6-2, um desfecho frio, sem margem para ilusões. E o austríaco chegava rodado do qualifying, embalado por duas vitórias, incluindo um duplo 6-4 sobre Gastão Elias. O portuense, que faz 21 anos no próximo dia 6 de abril, pelo contrário, sentia o peso da paragem, a ferrugem nos movimentos. O ‘ranking’ responderá na segunda-feira, impiedoso — do 161.º posto, a porta de saída do top 200 está aberta.

Há montanhas que se escalam com pernas frescas e pulmões cheios, mas a de Rocha exige mais do que isso. Exige tempo, resiliência, coragem para suportar os primeiros passos pesados. Quando o ritmo voltar, quando os golpes fluírem sem hesitação, a tocha reacender-se-á. Mas até lá, há uma fatura a pagar.


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