Areias que fogem, ondas que voltam!

  Por António Vieira Pacheco 

Irmãs Jorge eliminadas
Créditos: FPT. Irmãs Jorge encerram campanha nas Caraíbas.

A areia ardente das praias da República Dominicana guardará para sempre as pegadas das irmãs Francisca (259.ª mundial) e Matilde Jorge (287.ª). Elas chegaram como brisa confiantes, sopradas pelo estatuto de cabeças de série do ITF W50 II, mas o oceano do ténis tem marés caprichosas.

Isentas da primeira ronda, Francisca foi a primeira a entrar em cena. Começou como quem desenha castelos na areia: firme, determinada, esculpindo cada ponto com a paciência de quem sabe que o vento pode virar. Mas, como as ondas que regressam para desfazer o que foi construído, a espanhola Eva Guerrero Alvarez (547.ª) encontrou um ritmo que quebrou o ímpeto luso. Um 1-6 inicial de sonho virou naufrágio: 6-4 e 6-0 selaram uma reviravolta cruel.

Matilde entrou depois, de raqueta em punho, como se empunhasse uma caravela pronta a dobrar o Cabo das Tormentas. Enfrentou Ana Sofia Sanchez (374.ª) numa batalha sem tréguas, onde cada ‘set’ foi um braço de ferro com a sorte. Um ponto para fechar o segundo ‘set’ esvoaçou como um pássaro assustado e não mais voltou. A resistência mexicana foi mais forte: 7-5 e 7-6 (3) ditaram o desfecho.

Sem a cumplicidade dos pares desta vez, as irmãs despedem-se das Caraíbas como navegadoras sem terra à vista, regressando a Portugal sem mapas desenhados para a próxima jornada. Mas o mar é eterno, e a cada onda que se retira, outra virá, mais forte, mais certeira.

O ténis, como a praia, é feito de reviravoltas.

 


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