Um final amargo para Francisco Cabral

                                                         Por António Vieira Pacheco

Portuense perde na final de pares, ficando perto do top 50 da variante.
Créditos: Millennium Estoril Open. Cabral perto da vitória, mas deslizou na terra batida do Estoril.

Francisco Cabral voltou este domingo ao court principal do Clube de Ténis do Estoril com o olhar firme de quem já conhece o sabor da glória.

Três anos após ter feito história ao vencer o Millennium Estoril Open na variante de pares, ao lado de Nuno Borges, o número um nacional regressou à derradeira final do torneio. Desta vez, com o austríaco Lucas Miedler como parceiro e frente à dupla temível composta pelo uruguaio Ariel Behar e o belga Joran Vliegen, primeiros cabeças de série.

O encontro, disputado com ritmo e precisão, foi decidido em detalhes. Em pouco menos de hora e meia, o par luso-austríaco cedeu por 7-5 e 6-3, numa final onde as oportunidades de break foram tão raras quanto preciosas.

Um percurso digno de registo

Apesar da derrota, o percurso do português no Millennium Estoril Open de 2025 é digno de nota. Aos 27 anos, e com nova companhia no court, o portuense alcançou a sua terceira final consecutiva nas últimas quatro semanas, sinal claro de consistência e forma crescente.

Se em 2022 o título em casa foi um momento de celebração nacional — a primeira vitória lusa na prova de pares —, agora a campanha termina com sabor agridoce, mas com o consolo de uma posição de destaque internacionalmente.

O regresso ao topo aproxima-se

Com os pontos somados ao longo deste último mês de exibições sólidas, Cabral posiciona-se virtualmente como o 51.º melhor jogador do mundo no ‘ranking’ de pares. Um salto que o coloca às portas do top 50 ATP, onde já figurou anteriormente, que promete abrir novas portas na temporada que agora se desenrola.

O ténis, como a vida, é feito de ciclos. E Cabral parece pronto para escrever um novo capítulo na sua carreira, mais maduro, mais resiliente, mas sempre com o mesmo brilho nos olhos.

A decisão no Estoril não foi apenas uma final perdida; foi uma prova superada. Em frente ao seu público, numa casa que já o observou a vencer, o portuense enfrentou o desafio com coragem e entrega.

Numa era em que os grandes feitos raramente se repetem com facilidade, voltar a disputar o troféu maior em solo luso é, por si só, um feito de respeito.

O futuro sorri à determinação

O desporto vive de momentos. Uns ficam, outros passam. O portuense pode não ter levantado o troféu este domingo, mas saiu do court com o respeito dos pares, o aplauso do público e a certeza de que o seu melhor ténis continua por chegar

Se há algo que esta campanha na linha de Cascais revelou, foi a tenacidade de um jogador que não desiste de sonhar. O futuro, esse, continua à sua espera — com novas finais, novos títulos.


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