Portugueses dividem-se em Roland Garros à conquista de Paris
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: ATP Tour. Cabral sonhou e os bons resultados nasceram... Paris é o próximo destino. |
Cabral e Miedler enfrentam muralha na estreia!
O sorteio não foi meigo para Francisco
Cabral. O português, número um nacional de pares, estreia-se ao lado do
austríaco Lucas Miedler contra uma das duplas mais experientes e temidas do
circuito: Horacio Zeballos e Marcel Granollers, quintos cabeças de série em
Paris.
Zeballos, argentino, é atualmente o número
10 do ‘ranking’ ATP de pares, enquanto Granollers, espanhol, ocupa o 11.º lugar.
A dupla chegou ao topo do ténis mundial na época passada, com presenças
regulares nas fases finais dos grandes torneios. Um verdadeiro teste de fogo
logo à primeira ronda.
Histórico recente alimenta esperança
Apesar da dificuldade do confronto,
Cabral e Miedler chegam com confiança redobrada. Venceram 15 dos últimos 18
encontros, um registo que inclui boas prestações em torneios ATP 250 e no
circuito Challenger.
Desde que se juntaram, demonstram um jogo coeso, complementando-se técnica e taticamente. Miedler, especialista em rede e com vasta experiência em pares, combina bem com a consistência e leitura de jogo de Cabral. A química recente entre ambos é visível, e a esperança portuguesa está, mais do que nunca, viva.
Já Nuno Borges, que continua a
dividir a sua carreira entre singulares e pares, volta a juntar-se ao francês Arthur
Rinderknech, com quem já fez equipa em torneios anteriores.
Na primeira ronda, vão medir forças
com os jovens Zizou Bergs (Bélgica) e Jesper de Jong (Países
Baixos), uma dupla combativa, mas ainda sem o estatuto dos adversários de
Cabral. Ainda assim, não será um embate fácil: tanto Bergs como De Jong têm
mostrado evolução, sobretudo em pisos rápidos, embora a terra batida não seja o seu
terreno predileto.
Duplas separadas, a mesma bandeira ao peito!
Portugal volta assim a marcar
presença em Roland Garros com dois representantes no quadro de pares
masculinos, ainda que em duplas diferentes. Uma estratégia que, em parte,
responde à natureza internacional da variante de pares, onde as parcerias são
muitas vezes formadas em função de ‘rankings’ e oportunidades momentâneas.
Francisco Cabral e Nuno Borges optam
por caminhos distintos, mas ambos levam o mesmo símbolo ao peito e partilham o
objetivo de colocar o ténis português entre a elite mundial — num palco onde
poucos têm voz, mas onde qualquer ponto pode transformar-se em epopeia.
Roland Garros: onde se mede mais do que talento
Na terra batida de Paris, não basta
técnica. Medem-se nervos, resiliência, cumplicidade em campo. Cada jogo é uma
narrativa em construção, e os portugueses entram como personagens secundárias
que têm tudo para surpreender.
O desafio é como escalar o Monte Evereste,
mas o espírito é ainda maior. E no Grand Slam, onde tudo pode acontecer, um
ponto bem jogado pode mudar um destino.
Com palavras certeiras e passos
firmes, os representantes lusos lançam-se à aventura em Paris, onde
cada ponto pode ser o início de uma surpresa inesquecível.
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