Nuno Borges: “Valorizei mais o esforço mental do que a vitória”
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Créditos: ATP Tour. Nuno Borges explicou que ficou surpreso com o ténis do francês. |
Triunfo além do marcador
No final de um encontro intenso e
emocional, Nuno Borges não escondeu o alívio — e o orgulho. Para o tenista
português, mais do que avançar no torneio, tratou-se de ultrapassar barreiras
internas que muitas vezes não se veem da bancada.
“Estou muito contente não só por
vencer, mas por mentalmente ter-me dado oportunidades de ir buscar um encontro
destes. Isso às vezes vale mais do que a vitória em si”, confessou no final do jogo, com um
sorriso sereno, mas cansado.
O encontro, longe de ser somente um
desafio técnico, tornou-se também uma batalha psicológica. Borges reconheceu
que foi obrigado a sair da sua zona de conforto para conseguir virar o rumo do
jogo.
Um adversário fora do comum
O oponente apresentou um estilo de
jogo inesperado, fugindo completamente dos padrões habituais do circuito. E
isso apanhou Borges de surpresa.
“Ele surpreendeu-me em muitas
jogadas. Não joga nos padrões normais e faz coisas que na minha cabeça não
fazem sentido”,
explicou, revelando admiração pela criatividade do adversário — e também o
desconcerto que isso lhe causou.
Segundo Borges, essas jogadas
imprevisíveis obrigaram-no a adaptar-se constantemente, numa dinâmica quase
caótica, onde a experiência e o instinto foram mais importantes do que a
tática.
Impulso vindo das bancadas
O adversário chegou confiante,
embalado por vitórias no qualifying, e contou ainda com o apoio sonoro das
bancadas. Uma combinação que o fez crescer no court.
“Esteve estado de graça, talvez
embalado pelas vitórias no qualifying e pelo público”, reconheceu o Lidador, que nunca
desvalorizou o mérito do opositor.
Mesmo em momentos de grande pressão,
o português manteve a compostura, encontrando forma de virar a maré com
inteligência e resistência.
Mais do que um jogo: uma descoberta
No final, o maiato saiu vencedor — mas
o verdadeiro ganho foi outro. Num palco onde o físico e o mental colidem, o
atleta redescobriu-se capaz de lutar não só contra o adversário, mas contra os
próprios limites.
Naquele court secundário, mais do que raquetas e
pontos, jogaram-se limites e crenças. O número um português venceu, sim — mas
sobretudo descobriu-se.
Porque há vitórias que não se veem no marcador, mas brilham na alma de quem não
desiste de si.
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