João Fonseca eliminado à primeira no Estoril: “Este torneio acreditou em mim”
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Millennium Estoril Open. A jovem promessa prometeu retornar a Portugal. |
João Fonseca voltou ao Millennium Estoril Open com ambição, melhor ‘ranking’ e experiência acumulada. No entanto, o jovem brasileiro de 18 anos voltou a cair logo na primeira ronda, desta vez frente ao holandês Jesper De Jong, número 93 do mundo, que venceu em dois ‘sets’: 6-2 e 7-5.
O Millennium Estoril Open, que
recebera Fonseca em 2023 como uma promessa, viu novamente o jovem talento
despedir-se cedo, embora com a certeza de que há futuro para além da derrota.
“Sabia como ele jogava, mas ele foi melhor”
Em conferência de imprensa após o
encontro, João Fonseca não escondeu a frustração com o desfecho.
“Sabia como era o jogo dele, provavelmente as melhores jogadas do encontro foram dele. Mas continuei focado”, afirmou o jovem, elogiando o adversário e reconhecendo a superioridade de Jesper De Jong.
“O público ajudou-me a acreditar que conseguia contornar o marcador. Tentei deixá-lo mais tenso, mas ele serviu muito bem.”
Ombro com queixas, mas sem alarme
Apesar de ter sido visível algum
desconforto físico, Fonseca esclareceu que não se trata de lesão grave.
“É normal na vida de um jogador. Vamos a ter umas lesões. Mas não é uma lesão, é só um desconforto”, disse, minimizando o impacto.
“Conseguimos ver o Nadal a jogar durante 15 anos com dores no pé e fez uma grande carreira.”
Estoril é especial: “Acreditaram em mim”
Mesmo com duas eliminações
consecutivas na primeira ronda, Fonseca mantém um carinho especial pelo torneio
português.
“Gosto muito de jogar aqui. Sei que o
público é parecido com o do Brasil, há muitos brasileiros em Portugal e ter
esse carinho desde o ano passado é ótimo”, declarou o tenista emocionado.
“Este torneio acreditou em mim quando eu ainda não era tão bom. É triste perder dois anos seguidos na primeira ronda, mas a pressão é a mesma de jogar no Brasil.”
Fonseca revelou ainda que espera
regressar ao Estoril em 2026, mencionando mudanças no calendário.
“Disseram-me que para o ano vai ser depois de Wimbledon, e é uma temporada que alguns jogadores jogam em terra batida. Gosto de jogar em terra.”
Preparar Roma e ganhar ritmo em terra
batida!
A mudança de piso continua a ser um
desafio para o jovem brasileiro, que tem jogado maioritariamente em piso
rápido.
“Joguei sete meses em piso rápido. A
minha vitória em Buenos Aires foi uma grande surpresa até para mim, porque só
tive três dias de preparação em terra batida”, confessou.
“Foi uma semana de sonho, mas preciso de mais ritmo. Sei o que tenho de fazer, mas estou com a cabeça no piso rápido.”
O próximo objetivo? Roma.
Apesar da eliminação precoce, João
Fonseca continua a ser uma das maiores esperanças do ténis brasileiro. O
talento é inegável, e as declarações mostram um atleta consciente das suas
dificuldades, mas também determinado a evoluir. O Estoril Open não marcou o
sucesso imediato, mas confirmou o carácter de quem promete voltar… mais forte.
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