Primeira vitória de Francisco Rocha no Millennium Estoril Open com sabor especial
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Créditos: Millennium Estoril Open: Portuense ajoelha-se na terra batida após conseguir a vitória. |
Francisco Rocha viveu, ontem, um daqueles dias que
ficam gravados no coração de quem ama o desporto. Numa tarde de sol e
‘suspense’ no Clube de Ténis do Estoril, o jovem português assinou a sua
primeira vitória no quadro de qualificação do Millennium Estoril Open, vencendo
o cazaque Beibit Zhukayev, número 208 do ‘ranking’ ATP, num duelo intenso
decidido em três ‘sets’.
A partida foi tudo menos
convencional. Um encontro de nervos, resistência e pequenos milagres
desportivos, onde o português, atualmente no 709.º lugar da hierarquia mundial,
salvou vários match points e deu a volta a um destino que parecia já traçado. A
vitória, suada e merecida, garante-lhe agora um lugar na segunda ronda do
qualifying, onde enfrentará o russo Alexey Vatutin.
Francisco Rocha: “Estamos numa cúpula” — entre o sonho e o silêncio
No final do encontro, ainda com a adrenalina a correr-lhe nas veias, Francisco
confessou o seu espanto e alegria:
“Sinto-me muito feliz, espero que esteja tudo bem pelo mundo fora, não sei nada do que se passa, de certa forma estamos aqui numa 'cúpula'. Mas estou muito feliz com a minha primeira vitória no Estoril Open, ainda por cima desta forma.”
A declaração, espontânea e quase
poética, revela não só o isolamento competitivo dos jogadores em torneios como
este, mas também a pureza com que Francisco encara a competição.
Salvar match points: resistência e um toque de loucura
Sobre o momento decisivo, quando o
jogo parecia escapar-lhe por entre os dedos, o português mostrou maturidade
tática e ousadia técnica:
“Sabia que aguentava melhor que ele no fundo do campo, mas queria meter qualidade na minha bola, senão ele conseguia entrar no court. Queria ser sólido e encontrar o equilíbrio entre ser consistente e conseguir movê-lo.”
Foi então que surgiu o momento de
pura inspiração, que poderá bem se tornar parte do folclore do torneio:
“O amortie foi um momento de loucura que correu bem, felizmente.”
O ténis tem destas coisas – onde a
frieza se encontra com a intuição, e a técnica abraça o coração. Francisco
Rocha não só venceu um encontro; conquistou um palco e anunciou-se ao público
português com humildade, talento e emoção.
Seguem-se novos desafios, mas este momento, este ponto de viragem, já ninguém
lhe tira.
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