No Jamor o sonho ganha forma de Jorge

                                                                Por António Vieira Pacheco

Francisca e Matilde Jorge e o título ali a um passo.
Créditos: FPT. Irmás Jorge festejam acesso à final.


Há tardes que são mais do que jogos e encontros. São poesia escrita com raquetas e pingos de suor. Foi assim o sábado de Francisca e Matilde Jorge no WTA 125 de Oeiras, palco onde há um ano fizeram história — e onde, agora, voltam a encantar.

O dia foi longo e as emoções intensas. As irmãs de Guimarães só entraram em court já o sol começava a descer. Do outro lado da rede, estava Ingrid Gamarra Martins e Tamara Zidansek. Com serenidade e firmeza, assinaram a primeira vitória por 6-3 e 7-5.

Mas o dia estava longe de terminar. Quinze minutos depois, estavam de novo a competir, agora frente a Carmen Corley e Christina Rosca. Sem ceder ao cansaço, venceram por 6-3 e 6-4. Duas batalhas em sequência. Duas vitórias com assinatura portuguesa e vimaranense.

Quando a pressão é combustível!

Na véspera, chegaram mesmo a salvar três match points. Estiveram perto do adeus. Mas são feitas de fibra rara. Sobreviveram, cresceram e, neste sábado, somaram a terceira vitória em menos de 24 horas — um feito que fala tanto de talento como de resiliência.

A final de Oeiras Ladies Open será a 38.ª que disputam lado a lado. É uma história de irmandade, cumplicidade e paixão. E cada ponto disputado é mais uma linha escrita nesse livro que continua a surpreender.

O último obstáculo

Na final, cruzam-se com Anastasia Detiuc e Patricia Maria Tig. A primeira, checa, ocupa o 80.º lugar do ‘ranking’ mundial e tem um título WTA. A segunda, romena, é 307.ª e nunca chegou ao top 100. Mas no court, o que conta é o agora. E neste agora, as irmãs Jorge estão num momento sublime.

O Entrar no Mundo das Modalidades volta a acompanhar, com orgulho e entusiasmo, o caminho de duas das maiores embaixadoras do ténis português. Que venha a final — e que a história se repita, com nova página dourada.

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