Jorge, um laço de ouro no Jamor
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: FPT. Irmãs Jorge revalidam título no Jamor na véspera de aniversário de Kika. |
Há histórias que merecem ser contadas
como quem saboreia um doce raro. Esta Páscoa, no silêncio elegante dos courts
do Jamor, as irmãs Francisca e Matilde Jorge ofereceram ao ténis
português mais do que uma vitória: ofereceram uma celebração. Uma espécie de
domingo de aleluia desportivo, com direito a ouro nas mãos e sorrisos nos
olhos.
A defesa perfeita de um título
especial
Exatamente um ano depois, o cenário
repetiu-se — mas não perdeu o encanto. No WTA 125 de Oeiras, a dupla de
Guimarães voltou a erguer o troféu de campeãs. E fê-lo com autoridade: 6-1 e
6-2 frente à checa Anastasia Detiuc e à romena Patrícia Maria Tig. Sem espaço
para dúvidas, sem tempo para hesitações.
Com este triunfo, confirmam-se, mais
uma vez, como as melhores tenistas portuguesas da atualidade — Francisca,
agora 99.ª do mundo de pares, e Matilde, 106.ª.
Do susto inicial à leveza da vitória
O caminho, contudo, não foi feito
somente de facilidades. Na primeira ronda, enfrentaram fantasmas. Estiveram a
perder por 5-7 e 2-5, com três match points contra. Mas recusaram o fim precoce
e reagiram com alma — como só quem joga com o coração consegue.
Depois disso, foram a crescer. E chegaram à final como quem sabe que o destino lhes pertence. Serenas, cúmplices, afinadas. E Kika jogou o torneio limitada com uma mazela na coxa direita.
Um laço de irmãs, uma galeria de
conquistas
O que une estas duas atletas vai além
do sangue e do talento. É uma química invisível, feita de olhar que dizem mais
que palavra, de gestos que se antecipam, de cumplicidade pura.
Este foi o 21.º título internacional
em pares, o quarto da época e o segundo em provas WTA 125 (ao inverso que a agência noticiosa portuguesa afirma que este torneio é uma prova do circuito principal do WTA Tour). Para Francisca, que
completa 25 anos esta segunda-feira, trata-se do 32.º troféu da carreira. Matilde,
com 21 anos recém-cumpridos, soma agora 25.
Mais do que números, são símbolos de
um caminho trilhado a duas. E de uma Páscoa que, no Jamor, soube a vitória e
chocolate — doce, intensa e absolutamente merecida.
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Créditos: FPT. Portuguesas festejam ponto. |
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