Galfi brilha no duelo húngaro em Oeiras

                                                              Por António Vieira Pacheco
Embate magiar.
Créditos: FPT. Dalfi vence duelo magiar em solo lusitano.

Entre a brisa atlântica e o vermelho da terra batida de Oeiras, a húngara Dalma Galfi voltou a encontrar o seu caminho para a vitória. Frente à sua compatriota, Panna Udvardy, atual número 149 do ‘ranking’ WTA, Galfi carimbou passagem para as meias-finais do torneio WTA 125, com uma exibição marcada pela força mental e pelo seu serviço poderoso.

“Jogámos há duas semanas”, recorda Galfi, com um sorriso contido. “Espero não voltar a jogar contra ela nos próximos tempos.”

Foi um encontro intenso, onde o equilíbrio do primeiro ‘set’ testou os limites da sua resiliência. “Ela jogou muito melhor que da última vez, especialmente no primeiro ‘set’. Foi muito difícil fechá-lo”, confessou. Udvardy surgiu mais agressiva, obrigando Galfi a adotar uma postura defensiva, onde teve de lutar ponto a ponto.

Mais do que uma questão técnica, havia algo de simbólico neste confronto: duas atletas do mesmo país, com ambições semelhantes. “É difícil jogar contra uma adversária do seu país, porque todos querem ser os melhores no seu país. Há uma pressão extra.”

O poder do serviço e da mente

Na base da vitória esteve a sua maior arma: o serviço. “Tentei estar muito bem mentalmente e focar-me. O serviço é sem dúvida uma das minhas melhores pancadas, daí ter posto um foco extra nele.”

Foi essa clareza de mente, aliada à confiança no gesto técnico, que permitiu a Galfi superar os momentos mais exigentes do encontro.

Dois anos decorreram desde a última vez que pisou o court em Oeiras, e muita coisa mudou. “Em 2022 era top 100, agora estou fora dele.” Mas nem por isso menos ambiciosa.

“Agora é um torneio maior e esta passagem às meias-finais é um resultado melhor, do qual estou muito orgulhosa.”

A terra batida continua a ser um terreno de aprendizagem. “Melhoro de semana para semana, especialmente em terra batida, que não é a minha melhor superfície.”

Sobre o torneio, deixa elogios: “Melhorou bastante, o que é ótimo para as jogadoras.”

‘Ranking’ WTA: mais que um número!

Galfi está consciente do que representa o seu atual lugar na hierarquia do ténis mundial, mas não se deixa aprisionar por ele. “Gostaria de voltar ao top 100, mas tenho-me focado mais em mim e no meu jogo, não no número ao lado do meu nome.”

Há uma maturidade evidente nas suas palavras: “Esse número não te define. Antes era de dois dígitos, agora é de três. Sou a mesma pessoa e a mesma jogadora.”

Com serenidade e esperança, olha para o futuro: “Só espero manter esta confiança em court e o bom ténis que tenho jogado. Se conseguir manter tudo isto por muito tempo, poderá levar-me a muitas coisas boas”, concluiu.

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