O encontro que o destino escreveu
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Créditos: Carlos Vidigal/FPT. Elias sobrevive a jornada dupla. |
A tempestade deu tréguas por
instantes, mas o vento ainda sussurrava histórias de batalhas adiadas em Vale
do Lobo. Entre o céu incerto e a terra húmida, Gastão Elias celebrou
duas vezes na jornada de hoje, desenhando o seu caminho até aos quartos de
final e garantiu, desde já, um português nas meias-finais.
Foi um dia longo para o veterano de
34 anos. De manhã, superou com autoridade o brasileiro João Eduardo Schiessl,
mas à tarde teve de mergulhar num duelo bem mais turbulento contra Cannon
Kingsley. O norte-americano testou a paciência e a resiliência do português, ao
conquistar o primeiro ‘set’ por 6-4. Mas Elias, mestre na arte de
resistir, devolveu a quebra no momento certo e igualou a contenda com um
apertado 7-5. No match tiebreak, onde tudo se decide num punhado de
pontos e numa alma inquebrável, o luso encontrou o equilíbrio entre nervos e
precisão e fechou a vitória por 10–6, repetindo o triunfo da semana anterior na
Quinta do Lago.
O tempo, caprichoso e impiedoso,
forçou mudanças no torneio. O formato foi encurtado para responder aos atrasos
provocados pela chuva, e o terceiro ‘set’ deu lugar a um super tiebreak — um
desfecho rápido, cruel e imprevisível. Rocha que o diga. Frente a Pedro
Araújo, no mesmo palco onde há quatro meses conhecera uma derrota pesada, foi
empurrado para o limite, teve um pé fora do torneio, mas recusou ceder. Salvou
um match point e, no fio da navalha, virou o destino a seu favor,
selando a vitória por 13–11.
Agora, o destino junta dois caminhos
que nunca se cruzaram amanhã, quando o relógio marcar dez horas, Elias e Rocha
enfrentar-se-ão pela primeira vez. Um carrega o peso da experiência, o outro a
fome da afirmação. Somente um seguirá, rumo às meias-finais.
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