A história de João Barreto em Vale do Lobo
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Créditos: Luís Branca/FPT. Algarvia estreia-se no quadro principal. |
Depois
da chuva, o sol timidamente abriu-se em Vale do Lobo, pintando de ouro os corações
ansiosos. Na dança do vento, as redes sussurravam promessas e os courts
aguardavam os passos firmes dos sonhadores. Entre eles, um nome ressoou com a
brisa atlântica: João Barreto.
Uma
vitória bastou para o jovem tenista algarvio carimbar, pela primeira vez na sua breve
jornada, a entrada no quadro principal de um torneio internacional. Aos 17
anos, embalado pelo ritmo das marés e pela fome de conquista, venceu o espanhol
Ruben Fernandez Ruiz por 6-4 e 6-2, aproveitando o vigor de quem aguardara sem
pressa o acesso à melhor grelha de um ITF M25. Do outro lado, o espanhol, já
gasto de uma batalha anterior, sucumbiu ao novo fôlego luso.
Barreto
não chega sozinho. Oito compatriotas esperavam-no no coração do Vale do Lobo
Open, agora reforçado por nove espadas lusas prontas a riscar de glória a terra
batida. Algarvios de fibra, Tiago Pereira, Tomás Luís e João Graça erguem-se ao
lado dele, forjando um quarteto de sonho. Tiago, Tomás e João Graça e Barreto sabem que, para
avançar, terão de cruzar caminhos logo na primeira ronda, num duelo de
irmandade e ambição.
“É uma sensação muito gratificante, estou muito feliz por dar mais um passo no meu percurso ainda pequeno. Tenho conseguido alguns bons resultados e estou pronto para mais”, confessou Barreto enquanto ainda processava o que acabara de fazer.
Na fase
de qualificação, os portugueses Miguel Pereira Lopes, Dino Molokova e Vicente Couto buscaram
também o seu lugar ao sol. Miguel, firme no seu jogo, dobrou Miguel Simão com
um duplo 6-2. Dino afastou o compatriota Vítor Grebentsov por 6-4 e 6-1. Vicente, sem
adversário para testar o seu pulso, chegou mais longe sem gastar uma gota de
suor. Mas a ronda decisiva foi madrasta, barrando-lhes o caminho e barrou o objetivo maior.
Agora, o
palco está pronto. As espadas estão afiadas. O sol de Vale do Lobo ilumina os
rostos jovens, famintos de conquistas. Cada batida na bola, cada deslize sobre
o campo, cada olhar fixo no horizonte carrega a promessa de um futuro ainda por
escrever. E Barreto, com a sua primeira grande porta aberta, espreita para lá
do presente, vislumbrando o infinito erguido no horizonte.
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