Portugal cai perante a Suécia no CAR e diz adeus ao Europeu de 2026 de badminton
🖋️Por: António Vieira Pacheco
📸 Créditos: Federação Portuguesa de Badminton
⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos
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| Bruno Carvalho insatisfeito com a perda do primeiro singular, mas ainda festeja um ponto. |
‘Iceberg’ sueco não derreteu
Portugal não conseguiu quebrar o
‘iceberg’ sueco que encontrou no CAR das Caldas da Rainha. A Seleção Nacional
sénior masculina foi eliminada do Europeu de Equipas 2026 após um desaire por
1-4 frente à Suécia, formação que demonstrou maior experiência competitiva
tanto nos singulares como nas duplas, áreas onde historicamente tem tradição e
profundidade. A jogar em casa e com um público empenhado, Portugal tentou
contrariar o favoritismo nórdico, mas a frieza sueca acabou por prevalecer ao
longo da tarde.
Brilho Nacional
O grande destaque português surgiu
logo no segundo singular. Diogo Glória, atual campeão nacional sénior,
assinou uma exibição de categoria superior ao derrotar Tim Molk por 21–19 e
21–14. O português entrou determinado, manteve intensidade desde os primeiros
pontos e mostrou uma serenidade que lhe permitiu controlar os momentos mais
delicados do duelo. No primeiro ‘set’, salvou situações de aperto com
inteligência tática e agressividade no ataque; no segundo, dominou quase por
completo, abrindo vantagens que o sueco não conseguiu recuperar. A frustração
no rosto do escandinavo era evidente.
O triunfo do atleta, natural de Peniche, representou não só a única vitória portuguesa no confronto, mas também um sinal
evidente da evolução individual do atleta. Hoje, assumido como uma das
principais referências do badminton nacional. A sua exibição deu alento à
equipa e ao pouco público presente, nas Caldas da Rainha, chegando a criar a
sensação de que Portugal poderia discutir a eliminatória até ao final.
Força sueca
Antes disso, no singular inaugural,
Bruno Carvalho protagonizou um arranque competitivo e desnivelado, não colocando
dificuldades de maior ao seu adversário sueco. No entanto, o encontro ganhou
outro contorno quando, no segundo ‘set’, e já com o marcador em 7-10,
o português teve de receber assistência no ombro direito devido a dores.
Apesar do contratempo físico, Carvalho decidiu continuar a revelar coragem e
espírito competitivo. Regressou ao court determinado, mas a limitação física não
condicionou a sua mobilidade e potência. A Suécia aproveitou e venceu o
encontro, abrindo caminho para assumir o controlo da tarde.
No último singular, Kim Linell consolidou o domínio sueco com um jogo sólido, disciplinado e eficaz na gestão das
trocas longas. A experiência foi um fator determinante para ultrapassar Tiago Berenguer, em dois parciais. Os suecos mostraram
maior maturidade na escolha dos momentos para acelerar, bem como precisão nos
pontos decisivos, evitando, erros não forçados e obrigando Portugal a correr
atrás do resultado.
Duplas decisivas
Se nos singulares a Suécia mostrou
superioridade, nas duplas revelou-se ainda mais contundente. Os seus pares,
oleados, técnicos e altamente especializados, impuseram desde cedo um ritmo
elevado. A velocidade de execução, combinada com movimentações coordenadas e um
entendimento perfeito entre parceiros, dificultou o desempenho português. Porém,
no primeiro jogo de duplas, Bruno Carvalho e David Silva estiveram muito perto
de surpreender os seus opositores, cedendo no derradeiro por 19-21.
Portugal procurou responder com
variações táticas e espírito combativo, mas faltou maior entrosamento e
profundidade técnica para acompanhar a cadência adversária. As
oportunidades para surpreender foram poucas e, quando surgiram, os suecos
fecharam com frieza e eficácia.
Caminho futuro
Com a derrota por 1-4, Portugal fica
pelo caminho no Europeu de Equipas 2026, mas não sai de mãos vazias. A
determinação demonstrada, a capacidade de lutar até ao fim mesmo perante dificuldades
e a grande exibição de Diogo Glória deixaram sinais encorajadores.
A Seleção Nacional sabe, porém, que o
próximo passo passa por consolidar o trabalho coletivo. Aumentar a
competitividade interna e investir no desenvolvimento das duplas é outra prioridade. Uma área onde
as principais equipas europeias continuam a marcar a diferença. O talento
existe; agora, é transformar esse potencial em resultados consistentes.
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Portugal, 1 -
Suécia, 4 |
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Bruno Carvalho – Gustav
Bjorler 10-21 e 13-21 |
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Diogo Glória – Tim Mork 21-19 e 21-14 |
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Bruno Carvalho/David Silva – Jakub
Ekman/Óscar Reuterhall 19-21/21-16 e 19-21 |
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Tiago Berenguer – Kim Linell 12-21 e 14-21 |
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Diogo Glória/ Gabriel Rodrigues – F. Karlborg/
Max Svensson 18-21 e 13-21 |

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