Portugal mostra força e conquista medalhas nos Internacionais de Portugal de sub-19

  🖋️Por: António Vieira Pacheco

📸 Créditos: Federação Portuguesa de Badminton

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                                                    Veja aqui os melhores momentos das finais.

Os Internacionais de Portugal de Sub-19, disputados no CAR das Caldas da Rainha, reforçaram o crescimento contínuo do badmínton nacional. A competição reuniu talentos de diversos países e tornou-se palco de excelentes desempenhos portugueses, com Tiago Berenguer, Mafalda Avelino, Alexandre Bernardo e Érica Gloria entre os protagonistas. Medalhas, vitórias marcantes e partidas de grande intensidade confirmaram a maturidade competitiva desta geração.

Berenguer prateado

Tiago Berenguer foi um dos grandes nomes do torneio. Conquistou a medalha de prata em singulares masculinos, somente sendo travado na final pelo atleta dos Emirados Árabes Unidos, Adam Jesper, pelos parciais de 14–21 e 18–21. Apesar da derrota, demonstrou consistência, qualidade técnica e capacidade de manter foco nos momentos decisivos.

O jovem português com o estatuto de segundo cabeça de série, superou adversários exigentes e apresentando um controlo emocional que o distinguiu nos jogos mais apertados. A sua leitura de jogo, aliada à paciência e precisão nos rallies longos, permitiu-lhe avançar até ao último encontro da prova.

A estes resultados juntou ainda a medalha de bronze em pares mistos, ao lado de Érica Gloria. O par exibiu grande sintonia e um entendimento tático notável, que lhes valeu vitórias importantes até alcançarem o pódio. Este conjunto de conquistas confirma Berenguer como um dos jovens portugueses com maior potencial para ascender no panorama internacional.

Mafalda Avelino mostra ambição

O smash de Mafalda para o bronze.

Mafalda Avelino completou igualmente uma campanha de destaque pela cidade de Bordalo Pinheiro, arrecadando medalhas nas duas categorias em que competiu. Nos singulares femininos chegou às meias-finais, onde foi travada pela suíça Sofia Uvarova por 21–18, 19–21 e 15–21, numa partida intensa que testou a sua resistência física.

A atleta lisboeta, que representa o EDFL, estava feliz, mas reconheceu o desgaste acumulado ao longo da prova:

“Estou muito orgulhosa de ter alcançado as meias-finais em ambas as provas”, afirmou a atleta, sublinhando a importância do desempenho em solo nacional.

Ao analisar a prova individual, Mafalda explicou os motivos que a impediram de ir ainda mais longe: “Penso que nos singulares foi mais o facto de ter esgotado fisicamente que não cheguei mais longe. Tive perto de vencer o ‘set’, mas acabei por não jogar bem taticamente nessa fase e perdi.”

O desgaste acumulado afetou também o final da partida: “No terceiro já estava muito cansada e foi difícil manter o ritmo até ao fim”, revelou, mostrando honestidade e capacidade de análise do seu próprio desempenho.

Mafalda Avelino e Érica Glória, de fato treino vermelho, no lugar mais baixo do pódio.

O esforço dos singulares fez-se sentir também nos pares femininos, onde conquistou o bronze com Érica Gloria.

“Tínhamos obviamente o cansaço dos singulares em cima. Conseguimos entrar bem e ganhámos o primeiro ‘set’, mas não mantemos o nosso jogo nos outros dois, acabando por perder. Queríamos um pouco mais para superar o resultado do ano passado (3.º lugar), mas infelizmente não deu.”

A medalha alcançada em singulares teve um significado especial:
“Foi o meu primeiro pódio a singulares internacionalmente e foi especial ser em casa.”

O desempenho de Mafalda confirma o seu crescimento constante, reforçando o seu papel como uma referência emergente do badminton feminino nacional.

Alexandre Bernardo em alta

O algarvio Alexandre Bernardo foi uma das grandes destaques do torneio. Apresentou um nível competitivo impressionante, maturidade tática acima da média e uma calma notável nos momentos decisivos. O seu percurso nas Caldas da Rainha marcado por vitórias consistentes confirmou que está preparado para dar passos sólidos no circuito internacional.

O momento mais marcante da sua campanha foi a vitória sobre o número cinco mundial e primeiro cabeça de série, o atleta de Taiwan Lee Qu-Jui, por 21–17 e 21–16. Bernardo jogou com inteligência, alternando ritmos, variando direções e explorando fragilidades do adversário para selar um triunfo surpreendente e de enorme valor.

Acabou eliminado nas meias-finais, por duplo 21–14, diante do jogador que conquistaria o título. Ainda assim, mostrou argumentos técnicos e físicos que demonstram a sua evolução e o seu potencial. Rapidez de movimentos, leitura de jogo apurada e um espírito competitivo persistente fazem dele um dos nomes mais promissores do badminton português.

A campanha realizada nas Caldas da Rainha reforça a ideia de que o jogador algarvio está preparado para desafios internacionais de maior exigência, nutrindo expectativas positivas para o futuro.

Érica Glória em grande nível

Érica Gloria desempenhou também um papel de destaque, alcançando duas medalhas de bronze: uma em pares femininos com Mafalda Avelino e outra em pares mistos com Tiago Berenguer. A sua versatilidade, capacidade de adaptação a diferentes parceiros e inteligência estratégica foram determinantes para garantir pódios em ambas as frentes.

A consistência exibida durante o torneio confirma Érica como uma atleta em plena ascensão, com qualidades que se ajustam bem ao ritmo e às exigências da competição internacional.

Caldas da Rainha em foco

O CAR das Caldas da Rainha voltou a destacar-se como palco privilegiado para competições de alto nível, proporcionando excelentes condições para atletas e treinadores. A presença de participantes oriundos de vários países elevou a fasquia competitiva e criou um ambiente ideal para testar capacidades, ganhar experiência e consolidar aprendizagens.

As campanhas de Tiago Berenguer, Mafalda Avelino, Alexandre Bernardo e Érica Gloria ilustram bem o desenvolvimento contínuo do badminton português. A combinação de medalhas em singulares e em pares mostra a versatilidade, o trabalho diário nos clubes e o empenho em elevar o nível nacional.

Mais do que resultados, as prestações revelam maturidade, resiliência e ambição — características essenciais para quem pretende afirmar-se internacionalmente.

Com base no que apresentaram nas Caldas da Rainha, esta geração demonstra que o futuro do badminton português permanece num caminho ascendente, alimentado por talento, dedicação e uma estrutura cada vez mais sólida.

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