Ruud campeão em Madrid e redime-se em terra batida!
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Créditos: Mutua Madrid 1000. Casper Ruud brilha na terra batida da capital espanhola. |
Madrid, 4 de maio de 2025. Num
domingo de luz filtrada por poeira castanha, Casper Ruud soltou o grito que há
muito carregava no peito. Ao derrotar o britânico Jack Draper por 7-5, 3-6 e
6-4, o norueguês ergueu, enfim, o seu primeiro troféu de um torneio dos Masters
1000 — o maior título da sua carreira, até hoje feita de passos longos, mas
vozes contidas.
Não foi exclusivamente uma vitória; foi também uma libertação. Um fecho de ciclo e talvez o início de um novo.
Terra batida, coração limpo!
Ruud é, desde 2020, o rosto mais
constante sobre a terra batida — 124 vitórias, 17 finais, agora 12 títulos.
Mas, até Madrid, havia sempre um degrau que lhe escapava, como areia fina por
entre os dedos.
Roland Garros viu-o tombar duas vezes
na final. Monte Carlo, o mesmo. Miami também lhe disse “quase”. Mas a capital
espanhola rendeu-se à sua persistência. A sua raquete não vibra — respira. O
seu jogo não explode — constrói.
Um torneio quase imaculado
Nem Ruud, nem Draper perderam um
único ‘set’ até à final. Dois percursos limpos, quase imaculados, que se
cruzaram num duelo tenso, feito de avanços e recuos, como maré teimosa.
Ruud venceu com paciência,
inteligência e um saber entranhado na pele de quem conhece bem esta superfície.
Deixou cair um ‘set’, sim — mas ergueu-se logo a seguir, como se a terra o
sustentasse.
Com esta vitória, juntou-se a um
clube de eleitos: aqueles que levantaram Madrid com a dignidade dos que vêm de
baixo e sobem, não aos saltos, mas em silêncio firme.
Este título não muda somente o
currículo d Ruud. Muda o seu olhar. Altera como o mundo do ténis o
escuta. Já não é o “quase”, o “regular”, o “especialista”. Agora é o que
venceu. O que resistiu. O que regressou.
Cada grão daquela terra madrilena
parece tê-lo testado — e ele passou. Venceu como quem escreve poesia com os
pés: rastro leve, mas marcante.
Madrid como metáfora
A capital espanhola deu-lhe não só um título, mas uma espécie de redenção. O tempo da dúvida parece ter ficado para trás. Agora, quando subir aos torneios maiores, o norueguês levará consigo mais do que estatísticas — levará a memória de Madrid, onde se fez, por fim, campeão. Com a conquista do título, o nórdico ascenderá ao sétimo lugar do ‘ranking’ ATP.
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