Polémica e falta de comparência na final do campeonato feminino: Isidro Borges reage
Por António Vieira Pacheco
![]() |
Créditos: CTM de Mirandela. Equipa sem atletas suficientes para jogar a primeira mão da final. |
Presente, mas impedido de jogar
No passado sábado, esperava-se uma primeira mão da final no Campeonato Nacional da I Divisão feminina de Ténis de Mesa, disputada entre o Juncal e o Mirandela. Mas no Pavilhão do Juncal, nos Açores, o que se viu foi uma decisão administrativa: o árbitro marcou falta de comparência à formação transmontana, apesar da presença de duas jogadoras da equipa no recinto.
O regulamento é claro: na primeira divisão é
necessário o comparecimento de três jogadoras para o encontro ter o seu início.
A segunda mão está marcada para dia
31 de maio às 15 horas, caso seja imprescindível finalíssima, para o dia
seguinte, 1 de junho, à mesma hora.
“Comparecemos, mas não pudemos jogar”
A equipa do CTM de Mirandela
apresentou-se com duas atletas na ilha da Terceira. As outras duas legíveis
para o encontro, impedidas de jogar, estavam fora do país a competir ao mais
alto nível. “A nossa melhor jogadora, de Taiwan, Li Yu Jhun, representava o
seu país no Campeonato do Mundo, no Catar. E a Mariana Santa Comba estava na
Colômbia, a lutar por pontos para o ‘ranking’ internacional, a expensas
próprias”, explica Isidro Borges, presidente do clube.
Um calendário sem sentido
A indignação do dirigente estende-se
ao planeamento da prova. “Num país desenvolvido não se marca uma final do
campeonato para a mesma altura do Mundial, a qual é a segunda prova mais
importante do mundo depois dos Jogos Olímpicos”, sublinha. “Houve um
erro grosseiro de quem marcou a primeira mão da final do play-off durante o
Campeonato do Mundo.”
E há registo de aviso. “A 21 de
março, durante a fase inicial, avisámos a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa
desta situação. Só após várias insistências e quase 58 dias depois é que recebemos
uma resposta — e somente por pressão nossa”, relata o dirigente.
A resposta foi clara: “não havia
motivo de força maior para adiar o encontro” Mesmo com uma atleta no Mundial e
outra em provas internacionais.
A segunda mão será em Mirandela!
Segundo o regulamento, uma equipa que falte no play-off desce de divisão. Neste caso, a FPTM informou o clube de que isso não acontecerá, uma vez que o Mirandela esteve presente, embora com número insuficiente de atletas elegíveis.
“Foi marcada falta de comparência, mas
estivemos lá. Investimos em viagens e logística para isso”, reforça Isidro.
A segunda mão da final está marcada
para Mirandela — mas a decisão da primeira mão deixa o clube em posição muito
fragilizada na luta pelo título.
“Nunca vi isto em 44 anos de ténis de
mesa”
“Nunca me aconteceu uma situação destas em 44 anos de ténis de mesa”, lamenta o dirigente. E garante: “Vamos recorrer para todas as instituições nacionais e internacionais”, concluiu.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.