Inês Murta trava nas 'meias' em Monastir

                                                             Por António Vieira Pacheco

Algarvia chegou às meias-finais de uma prova do circuito secubdário.
Créditos: FPT. Algarvia conseguiu jogar a sua primeira meia-final, após sem competir em 2024

O ténis não esquece quem o ama. E Inês Murta, de 27 anos, é exemplo disso. Após atravessar 2024 sem competir, a tenista natural de Faro voltou ao circuito profissional com a coragem de quem já provou que sabe lutar. 

Esta semana, na Tunísia, esteve a um passo de disputar a sua primeira final desde dezembro de 2023 — e ainda assim sai de cabeça erguida.

Monastir: onde o talento voltou a respirar

No ITF W15 de Monastir 17, Inês Murta reencontrou-se com o melhor do seu jogo. Afastada da ribalta há largos meses, recuperou ritmo e ousadia em terra africana. O torneio tunisino serviu de palco para o seu regresso às meias-finais, um feito importante para quem ocupa atualmente o 1135.º lugar do ‘ranking’ WTA, mas que já conheceu tempos mais altos, quando chegou a ser a número 546 mundial.

Frente à chinesa Jiangxue Han, quarta cabeça de série e número 751 do mundo, a algarvia não conseguiu contrariar a superioridade adversária. O resultado foi claro: 6-3 e 6-2. No entanto, os números não contam toda a história. A portuguesa foi quebrada em oito dos nove jogos de serviço, mas respondeu com quatro quebras próprias — sinal de garra e persistência.

A travessia até Monastir não foi somente geográfica. Foi também interior. Após um ano longe da competição, A algarvia regressa ao circuito com a convicção de quem sabe que os degraus se sobem um a um. 

Cada torneio, cada ponto, cada jogo — tudo conta. Esta meia-final não é um troféu, mas é um marco: o primeiro sinal claro de que voltou ao caminho certo.

Classificações e ambições

Voltar ao top 1000 é um objetivo realista. Ir, além disso, uma meta legítima. Inês Murta terá de somar semanas de competição, reencontrar a consistência e manter-se livre de lesões. O ténis feminino português carece de figuras que inspirem — e Murta, pela experiência e resiliência, pode ainda ser uma dessas vozes.

No silêncio dos courts secundários do circuito ITF, constroem-se regressos que merecem ser celebrados. A algarvia, sem holofotes nem grandes manchetes, continua a trabalhar com humildade. Portugal assiste com esperança ao seu regresso a melhores palcos. Porque, no fundo, cada ponto ganho é também um passo mais perto da afirmação.


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