Hok In Lam brilha e tomba nos 'oitavos' em Guadalajara, no México

                                                                    Por António Vieira Pacheco
Portuguesa brilha no México
Créditos: João Boto. A luso-macaense esteve em destaque em terras americanas.

Esforço, superação e um adeus digno

A luso-macaense Hok In Lam levou Portugal até aos oitavos de final do V Mexicano International Challenger 2025, que decorre em Guadalajara, até ao próximo domingo.

A atleta portuguesa, que entrou no quadro principal através da fase de qualificação, despediu-se da competição com uma exibição que ficará na memória, não somente pelo resultado, mas pela forma como o alcançou.

Vitória sobre uma das favoritas

Na ronda de 1/32, a portuguesa surpreendeu o torneio ao eliminar Inês Castillo, segunda cabeça de série e uma das favoritas à vitória final. Num duelo intenso e tecnicamente exigente, Hok In Lam venceu por 17–15 e 15–12, em apenas 31 minutos de jogo. Uma demonstração de frieza e talento, frente a uma adversária mais cotada, que não resistiu ao ritmo e persistência da jogadora lusa.

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Créditos: Entrar no Mundo das Modalidades,

Queda perante o rigor japonês

Nos oitavos de final, a missão revelou-se mais difícil. Hok In Lam encontrou pela frente Anna Iwaki, atleta nipónica de jogo rápido e leitura tática apurada. Apesar da entrega, a portuguesa acabou derrotada pelos parciais de 7–15 e 11–15 em 23 minutos. Uma derrota que, ainda assim, não apaga o brilho de uma campanha sólida e promissora.

Recompensa em pontos e prestígio

Com a campanha no México, Hok In Lam soma agora 1520 pontos no ‘ranking’ internacional — um salto considerável face aos 1020 pontos acumulados em cinco torneios anteriores. Este desempenho poderá valer-lhe entradas mais frequentes em quadros principais, sem necessidade de passar pelas qualificações, e projeta-a como um dos nomes a seguir no badminton português.

A experiência mexicana e o teste da BWF

O V Mexicano International Challenger foi também palco de uma inovação que poderá mudar o futuro da modalidade. A BWF (Federação Mundial de Badminton) testou no torneio um novo sistema de pontuação, para uma eventual aprovação já em 2026.

O que muda?

O novo formato propõe encontros à melhor de três ‘sets’, com cada a disputar-se até aos 15 pontos, mas sempre com vantagem de dois pontos. Porém, o limite máximo de pontos por ‘set’ é de 21, podendo o jogo terminar, por exemplo, em 21-20. 

Outra novidade é a introdução de um intervalo obrigatório quando um atleta ou par atinge os oito pontos, reforçando o tempo de recuperação e estratégia.

Reações e expectativas

A experiência está a ser acompanhada de perto por treinadores e atletas, muitos dos quais veem com bons olhos a tentativa de tornar os jogos mais dinâmicos e televisivos, sem perder o rigor competitivo. A decisão final será tomada na assembleia anual da BWF em 2026, mas o teste no México pode ter sido o primeiro passo de uma revolução silenciosa.

Perspetivas para o futuro

Hok In Lam deixou o México com mais pontos, mais confiança e um reconhecimento internacional cada vez mais evidente. O percurso na prova mexicana, ainda que interrompido nos oitavos de final, foi um sinal claro de que a atleta portuguesa está preparada para novos voos.

O badminton português ganha assim mais uma figura capaz de competir nos grandes palcos, num momento em que a modalidade procura visibilidade e resultados. E quem sabe, com um novo sistema de pontuação, talvez o futuro reserve ainda mais surpresas — tanto para Hok In Lam como para o desporto que representa com tanto brio.


 


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