Hok In Lam brilha e tomba nos 'oitavos' em Guadalajara, no México
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Créditos: João Boto. A luso-macaense esteve em destaque em terras americanas. |
Esforço, superação e um adeus digno
A luso-macaense Hok In Lam levou Portugal até aos oitavos de final do V Mexicano International Challenger 2025, que decorre em Guadalajara, até ao próximo domingo.
A atleta portuguesa, que entrou no
quadro principal através da fase de qualificação, despediu-se da competição com
uma exibição que ficará na memória, não somente pelo resultado, mas pela forma
como o alcançou.
Vitória sobre uma das favoritas
Na ronda de 1/32, a portuguesa
surpreendeu o torneio ao eliminar Inês Castillo, segunda cabeça de série e uma
das favoritas à vitória final. Num duelo intenso e tecnicamente exigente, Hok
In Lam venceu por 17–15 e 15–12, em apenas 31 minutos de jogo. Uma demonstração
de frieza e talento, frente a uma adversária mais cotada, que não resistiu ao
ritmo e persistência da jogadora lusa.
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Créditos: Entrar no Mundo das Modalidades, |
Queda perante o rigor japonês
Nos oitavos de final, a missão
revelou-se mais difícil. Hok In Lam encontrou pela frente Anna Iwaki, atleta
nipónica de jogo rápido e leitura tática apurada. Apesar da entrega, a
portuguesa acabou derrotada pelos parciais de 7–15 e 11–15 em 23 minutos. Uma
derrota que, ainda assim, não apaga o brilho de uma campanha sólida e
promissora.
Recompensa em pontos e prestígio
Com a campanha no México, Hok In Lam soma agora 1520 pontos no ‘ranking’ internacional — um salto considerável face aos 1020 pontos acumulados em cinco torneios anteriores. Este desempenho poderá valer-lhe entradas mais frequentes em quadros principais, sem necessidade de passar pelas qualificações, e projeta-a como um dos nomes a seguir no badminton português.
A experiência mexicana e o teste da BWF
O V Mexicano International Challenger
foi também palco de uma inovação que poderá mudar o futuro da modalidade. A BWF
(Federação Mundial de Badminton) testou no torneio um novo sistema de
pontuação, para uma eventual aprovação já em 2026.
O que muda?
O novo formato propõe encontros à melhor de três ‘sets’, com cada a disputar-se até aos 15 pontos, mas sempre com vantagem de dois pontos. Porém, o limite máximo de pontos por ‘set’ é de 21, podendo o jogo terminar, por exemplo, em 21-20.
Outra novidade é a
introdução de um intervalo obrigatório quando um atleta ou par atinge os oito pontos, reforçando o tempo de recuperação e estratégia.
Reações e expectativas
A experiência está a ser acompanhada
de perto por treinadores e atletas, muitos dos quais veem com bons olhos a
tentativa de tornar os jogos mais dinâmicos e televisivos, sem perder o rigor
competitivo. A decisão final será tomada na assembleia anual da BWF em 2026,
mas o teste no México pode ter sido o primeiro passo de uma revolução
silenciosa.
Perspetivas para o futuro
Hok In Lam deixou o México com mais
pontos, mais confiança e um reconhecimento internacional cada vez mais
evidente. O percurso na prova mexicana, ainda que interrompido nos oitavos de
final, foi um sinal claro de que a atleta portuguesa está preparada para novos
voos.
O badminton português ganha assim
mais uma figura capaz de competir nos grandes palcos, num momento em que a
modalidade procura visibilidade e resultados. E quem sabe, com um novo sistema
de pontuação, talvez o futuro reserve ainda mais surpresas — tanto para Hok
In Lam como para o desporto que representa com tanto brio.
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