Djokovic aposta tudo em Genebra

                                                                  Por António Vieira Pacheco
Sérvio pretende ganhar ritmo antes de Roland Garros!
Créditos: ATP Tour. Sérvio recebe wild-card para o ATP 250 Genebra para ganhar ritmo para Paris.

Última paragem antes de Paris

Novak Djokovic, figura maior do ténis mundial, procura um último fôlego antes do grande palco parisiense. Após um início tremido na temporada de terra batida, o sérvio aceitou um convite para competir no ATP 250 de Genebra, na semana imediatamente anterior ao arranque de Roland Garros.

Com derrotas prematuras frente a Alejandro Tabilo em Monte Carlo e Matteo Arnaldi em Madrid, Djokovic, atual número seis do ‘ranking’ ATP, viu-se forçado a repensar a sua preparação. A ausência em Roma — torneio que tantas vezes dominou — aumentou as interrogações sobre o seu estado físico e emocional.

Genebra: refúgio ou trampolim?

A escolha de Genebra poderá parecer modesta para alguém com 24 títulos do Grand Slam, mas é estratégica. Tal como em 2023, Djokovic procura ritmo competitivo onde o ambiente é menos opressivo e as luzes não cegam. Na época passada, caiu nas meias-finais frente a Tomas Machac, deixando a sensação de que estava à beira da forma, mas sem ainda a tocar.

Este ano, o desafio renova-se. O torneio suíço, que decorre nas margens tranquilas do Lago Léman, oferece a Djokovic não somente a possibilidade de vitórias, mas também de reencontro consigo mesmo — com o corpo, com a terra, com o tempo.

Um quadro competitivo promissor

O elenco de Genebra é respeitável. Taylor Fritz, Casper Ruud, Grigor Dimitrov e o Lidador Nuno Borges prometem um torneio de bom nível técnico e competitivo. Para Djokovic, cada encontro será uma oportunidade para calibrar o braço e testar a mente — sem o peso imediato da glória, mas com o olhar sempre fixo em Paris.

O encontro com Borges, caso aconteça, poderá ser particularmente interessante para os adeptos portugueses, que seguem com entusiasmo a ascensão do jogador natural da Maia. Borges, com o seu ténis sólido e mentalidade resiliente, tem tudo para dificultar mesmo aos nomes mais consagrados.

A pressa dos campeões

Aos 37 anos, Djokovic já não corre para provar, mas sim para manter. A história que escreveu com raqueta em punho é já lendária. No entanto, em 2024, o tempo parece escorregar mais depressa, e cada oportunidade ganha peso. Em Genebra, o objetivo é claro: reencontrar sensações que o conduzam a Roland Garros com confiança e intenção.

Na terra laranja de Paris, a concorrência será feroz: Alcaraz, Sinner, Tsitsipas, Medvedev, Ruud. Para Djokovic, que não conquistou qualquer título este ano, entrar com o motor aquecido poderá fazer toda a diferença.

Uma história ainda por escrever

Genebra poderá não ser o palco final, mas pode muito bem ser o ponto de viragem. Por vezes, é no silêncio de torneios mais discretos que se constrói a grande música. Para Djokovic, esta será uma semana para escutar o corpo, afinar a mente e preparar o coração — porque Roland Garros exige tudo isso e mais.

E quem sabe? Talvez a última dança comece mesmo à beira de um lago tranquilo, longe do tumulto, onde os campeões vão, não para brilhar já, mas para renascer.

Tem alguma dúvida? Visite a nossa página de contactos para entrar em contacto connosco.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Gilberto Garrido é um farol da Madeira

José Santos, o árbitro mais antigo do ténis de mesa

FPT continua em festa