Ruud: “Sete é um número da sorte, imagino”
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Créditos: ATP Tour. O nórdico com um sorriso tímido, após vencer os Masters 1000 de Madrid. |
Durante anos, Casper Ruud foi um nome recorrente nas grandes decisões — não
pelos títulos, mas pelas derrotas. Três finais de Grand Slam, duas de Masters
1000, uma das ATP Finals.
Seis vezes à beira da glória, sem
nunca a alcançar. Mas, em maio de 2025, o norueguês rompeu finalmente o ciclo e
levantou o seu primeiro troféu de um dos Masters 1000, ao vencer o britânico
Jack Draper num duelo que teve de tudo: nervo, reviravolta e, sobretudo,
resiliência.
Uma vitória mais sentida do que celebrada
“É uma mistura de alívio, felicidade
e alegria pura”,
confessou o norueguês logo após o triunfo. A emoção era visível — nos olhos,
nas palavras, no corpo que quase parecia leve demais para sustentar o peso do
momento. Perder tantas finais consecutivamente pode corroer a confiança de
qualquer um. Mas Ruud manteve-se fiel ao processo, ao seu ténis paciente e
metódico, até que o destino lhe sorrisse.
“Se olhar para trás, nunca estive
muito perto em nenhuma das finais. Perdi quase todas em 'sets' diretos”, recordou. Desta vez foi diferente.
Draper respondeu bem à pressão e venceu o segundo 'set', mas o nórdico não
vacilou. Segurou o 'break' decisivo no terceiro parcial e, com ele, o tão
desejado troféu.
Sete: o número da sorte
Sete finais. Um número simbólico,
cabalístico até. Para Ruud, tornou-se finalmente um marco de viragem. “Sete
é um número da sorte, imagino”, disse, com um sorriso que escondia bem os
anos de frustração acumulada. Esta conquista não é somente um título; é um selo
de legitimidade. Um sinal de que o norueguês não é somente consistente
— é, agora, um campeão de verdade.
A vitória em Madrid — onde se
realizou o torneio — não é um acaso. É fruto de persistência, de trabalho
silencioso e de uma maturidade que se foi a forjar nas derrotas anteriores.
Rumo a Paris com novo fôlego
Com esta vitória, Ruud relança-se
como sério candidato a Roland Garros. O seu jogo encaixa na terra batida como
uma luva: trocas longas, paciência tática, físico inquebrável. E, acima de
tudo, experiência.
“Se quer ganhar um torneio, pode dizer que o 'ranking' não
importa. Mas é um bom passo em frente”, afirmou. O nórdico sabe que em Paris
não basta jogar bem — é preciso resistir, ponto após ponto, 'set' após 'set'. E
é nisso que acredita. “À melhor de cinco 'sets' serei ainda mais difícil de
bater”, declarou, num aviso aos adversários.
O plano está traçado: Roma, depois
Genebra, e então Paris. “Ainda faltam semanas emocionantes”, antecipa.
Um novo estatuto
Mais do que um título, esta vitória
coloca o tenista num novo patamar. É agora um nome a temer nos grandes palcos.
Já não é apenas o trabalhador incansável que chega longe, mas falha no fim. É o
jogador que, mesmo após cair seis vezes, voltou a levantar-se — e
finalmente venceu.
Na arte do ténis, como na vida,
poucos conseguem resistir tanto tempo à frustração e ainda assim manter o
brilho nos olhos. O escandinavo esperou. Sofreu. Trabalhou. E, por fim, venceu.
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