Francisco Cabral resiste no Estoril
![]() |
Créditos: FPT. Dupla luso-austríaca está apurada para os quartos de final no Millennium Estoril Open. |
Num Estoril tingido de dia do trabalhador e de mar, Francisco Cabral foi o único
português a manter-se de pé, o portuense continua a escrever o seu nome no torneio onde, em
2022, levantou o troféu ao lado de Nuno Borges.
Desta vez, o parceiro é outro — o austríaco Lucas Miedler —, mas o desfecho, para já, ecoa confiança. Frente aos irmãos Francisco e Henrique Rocha, a dupla luso-austríaca impôs-se com clareza: 6-3 e 6-2, num encontro resolvido em pouco mais de uma hora. Um triunfo limpo, sem adornos, mas com o peso de quem carrega a esperança do público português.
Dos nove portugueses inscritos no
quadro de pares, somente Cabral resistiu à maré da primeira ronda.
O encontro frente aos irmãos Rocha teve ares de embate fraternal, com um toque quase simbólico.
Francisco e
Henrique, dois jovens talentos em ascensão, cederam à experiência e ao
entrosamento de Cabral e Miedler. A vitória, embora sem sobressaltos, foi celebrada
com a gravidade própria de quem sabe que cada jogo é uma nova história.
Um reencontro nos quartos de final
Amanhã, os desafios sobem de tom.
Cabral e Miedler reencontram os polacos Szymon Drzewiecki e Jan Zieliński
Matuszewski — os mesmos com quem mediram forças na final do Oeiras Open 125,
num embate recente ainda fresco na memória.
Essa partida, disputada com
intensidade e técnica, terminou favoravelmente para os polacos. No entanto, no
Estoril, a areia é outra, o vento sopra de maneira diferente, e Cabral conhece
como poucos os segredos do court de terra batida laranja do Clube de Ténis do Estoril.
Um percurso construído no detalhe
Francisco Cabral, atualmente número
54 do ‘ranking’ mundial de pares, é um nome já consolidado no circuito duplo. A
sua carreira é feita de consistência, inteligência tática e uma calma que
contrasta com a urgência dos pontos. Ao lado de Miedler, forma uma parceria que
alia o pragmatismo à fluidez — atributos preciosos numa disciplina onde a
química conta tanto como a técnica.
O desporto português vive de feitos
discretos, muitas vezes longe das luzes mais intensas. O percurso de Cabral no Millennium Estoril Open é um desses casos: uma caminhada sem ruído, mas
carregada de significado para quem acompanha de perto o ténis nacional.
Comentários
Enviar um comentário
Críticas construtivas e envio de notícias.