Matilde Pinto: entre dois mundos a medicina e o alto rendimento, com o leão ao peito
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Créditos: FPTM. A campeã que quer ser médica. Uma luta de uma verdadeira campeã. |
Objetivos claros para o Campeonato da Europa
Entre objetivos ambiciosos, sacrifícios conscientes e uma notável capacidade de conciliação entre os estudos e o desporto de alta competição, Matilde revelou ao Entrar no Mundo das Modalidades a fibra mental e a paixão que a movem.
O grande foco está agora no Campeonato da Europa de sub-19, que decorre em Ostrava (Chéquia). A jovem atleta encara a competição com determinação e pragmatismo:
“A manutenção na 1.ª divisão é fulcral, e nas restantes provas o objetivo é ultrapassar o maior número de fases possíveis.”
Não se trata de palavras feitas, mas sim de uma mentalidade competitiva moldada
desde muito cedo.
Longe de casa desde os 14 anos
Um dos momentos mais marcantes do percurso de Matilde aconteceu quando, aos 14 anos, decidiu sair de casa para perseguir o sonho de competir ao mais alto nível.
“Foi o meu maior desafio. Deixar o meu lar, a família, os amigos e a rotina de infância para me integrar num contexto totalmente voltado para a alta competição”, conta emocionada a jovem.
Ao
mesmo tempo, teve de manter o rendimento escolar, conciliando as
responsabilidades académicas com as exigências dos treinos e das competições.
Um ambiente de trabalho de confiança
Antes de se transferir para o Sporting, a internacional portuguesa, também sénior, representou o CTM Mirandela, clube da sua terra natal, onde deu os primeiros passos na alta competição. E também ao serviço das seleções nacionais, acumulou experiência internacional, enfrentando adversários de topo e moldando o seu espírito competitivo. No clube leonino, nas seleções e em Mirandela,
Matilde
destaca um ambiente “aberto, baseado no diálogo, no respeito e na confiança
mútua”. Essa relação próxima com treinadores e colegas tem sido uma
constante no seu percurso e uma mais-valia para o seu crescimento. Esse
equilíbrio interno permite-lhe trabalhar com consistência e ultrapassar as
adversidades com serenidade.
“Gosto de pensar que o céu é o limite. Desafiar-me é parte do meu ADN. Presentemente, a curto prazo, quero fazer uma transição sólida da carreira de sub-19 para o escalão de seniores. A longo prazo, o objetivo é claro: manter-me na alta competição.”
A conciliação entre os estudos e a competição internacional não é simples, mas Matilde encontrou uma forma de a tornar possível. Com disciplina, resiliência e uma boa dose de paixão.
"Estou em Medicina, no curso que sempre ambicionei. Consigo praticar o meu desporto de eleição ao mais alto nível e, ao mesmo tempo, realizar-me académica e pessoalmente. Quando gostamos do que fazemos, mesmo com as renúncias, acaba por não se tornar um sacrifício."
Apoio da família: a base do equilíbrio
Esse equilíbrio é também sustentado por uma base familiar sólida e que está sempre presente.
"Os meus pais dão-me a abertura necessária para fazer as minhas escolhas e isso facilita todo o processo."
Nos momentos em que as coisas não
correm como o esperado ou quando atravessa fases de lesão, Matilde encontra
neles, e nos amigos mais próximos, o apoio emocional para regressar mais forte.
"É neles que vou buscar as forças e o ânimo necessário."
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Créditos: FPTM. Matilde ao lado do treinador de clube e de seleção feliz. |
Sobre como se mantém motivada,
a campeã nacional de sub-19 individual fala de uma rotina que é, na verdade, flexível. "Depende do
momento. Às vezes passa por treinar mais, outras por parar um pouco, alinhar
estratégias e focar de novo no que importa." Essa capacidade de leitura
emocional e auto ajuste é uma competência rara para a idade.
Viver com a pressão de representar
Portugal
Representar a seleção nacional é motivo de orgulho, mas também uma fonte de pressão.
"Adoro representar o meu país e essa pressão é natural. Todo o atleta sente quando quer elevar o nome de Portugal ao mais alto nível."
Fora do contexto competitivo, Matilde gosta de coisas simples: estar com a família e os amigos, passear, viajar ou ler.
"São momentos essenciais para o meu bem-estar."
Nos últimos tempos, a estrutura de apoio ao atleta tem-se tornado mais robusta.
"Contamos com nutricionista, fisioterapeuta e um psicólogo desportivo. As valências têm aumentado, o que é fundamental para manter o desempenho."
Emoção que vem do jogo
Para Matilde, a vitória é sempre especial, mas não é o único motor emocional.
"Uma vitória importante é emocionante, claro. É a sensação de mais escalada conseguida. Mas um jogo bem jogado, mesmo que não se ganhe, também deixa uma sensação muito positiva. Saber que dei o meu melhor, que apliquei o que aprendi... tudo isso deixa-me orgulhosa."
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Créditos: FPTM. A raça da jovem portuguesa numa modalidade exigente. |
Com um percurso feito de coragem,
escolhas difíceis e muita dedicação, Matilde personifica a nova geração
de atletas portugueses que estão dispostos a fazer mais e melhor. O futuro
continua a ser escrito, mas com a sua mentalidade, o céu pode mesmo ser o
limite.
Agora que conhece a história e os desafios de Matilde Pinto, que pergunta faria à jovem atleta para saber mais sobre a sua paixão e determinação? Deixe a sua pergunta nos comentários.
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