Tiago Pereira com a porta meia fechada

                                                          Por António Vieira Pacheco

Porta do quadro principal fechada para o algarvio.
Créditos: Millennium Estoril Open. Tiago Pereira viu a porta do quadro principal a fechar para já.

A esperança não se mede pelos pontos ganhos, mas pela chama que resiste mesmo nas derrotas. Foi assim com Tiago Pereira, jovem algarvio de 20 anos, que esta terça-feira deu luta e deixou uma promessa no ar, apesar de ter sido eliminado na segunda ronda da fase de qualificação do Millennium Estoril Open.

Perante as bancadas do Estádio Millennium, o tenista português (409.º do ‘ranking’ ATP) mostrou qualidade frente ao italiano Giulio Zeppieri (334.º), num duelo equilibrado e jogado com intensidade. O primeiro ‘set’ foi um jogo de espelhos: trocas de bola longas, serviços seguros e paciência tática. Pereira não conseguiu criar oportunidades de break, mas obrigou Zeppieri a manter sempre o foco até ao fim. O italiano acabou por vencer com um único deslize do português a fazer a diferença, 7-5. 

Reação firme no segundo parcial

No segundo ‘set’, o algarvio cresceu. Mostrou frieza nos momentos decisivos, resistiu a várias investidas e conseguiu converter um break já perto do fim, alimentando a esperança com um 6-4 que igualava o encontro. O público respondeu com entusiasmo, sentindo que a reviravolta estava ao alcance.

Com tudo em aberto no terceiro ‘set’, Pereira começou a ceder fisicamente. As pernas já não respondiam da mesma forma e o fôlego parecia ter ficado no balneário. Zeppieri, mais experiente neste tipo de confrontos, aproveitou a quebra e fechou o encontro ao quarto match point com um 6-2 final. A derrota foi amarga, mas não apagou a boa imagem deixada pelo português.

Possível entrada como lucky loser

Apesar da eliminação, nem tudo está perdido. Ainda há uma réstia de luz no horizonte: Pereira poderá entrar no quadro principal como lucky loser. O algarvio irá a sorteio com mais dois jogadores derrotados na última ronda do qualifying, sendo três candidatos a duas vagas de lucky loser para entrar no quadro principal.

Até lá, vira atenções para a variante de pares, onde competirá ao lado de Gastão Elias. Com a saída de cena de Pereira do qualifying, somente Francisco Rocha continua em prova, último representante português a lutar pelo apuramento para o quadro principal.

Num desporto onde cada ponto conta, o luso saiu de cabeça erguida. Perdeu, sim, mas deixou elogios e deixou-se ver. Para quem o viu jogar, ficou a certeza de que o talento está lá — e talvez também o futuro do ténis português.


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