Irmãs juntas são de colheita 'vintage'
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Créditos: FPT. Mais um título de pares para irmãs Jorge |
Não foi o final como se sonhava — mas
acabou em festa, e em português de Portugal.
Num final abrupto e inesperado, as irmãs Francisca Jorge e Matilde
Jorge ergueram novamente o troféu de campeãs no Oeiras CETO Open,
repetindo o feito do ano anterior e somando o 22.º título juntas, o quinto
somente nesta temporada.
O destino quis que a história se
escrevesse agridocemente: do outro lado da rede, a sérvia Aleksandra Krunic
caiu no primeiro ponto do match tiebreak decisivo, vítima de fortes dores num
dedo da mão direita, impedindo-a de continuar. O marcador ditou um 6-7 (7), 6-1
e 1-0 favorável às portuguesas, selando mais uma conquista no Clube Escola de
Ténis de Oeiras.
Vento como terceiro adversário
Até aí, o duelo fora uma dança
incerta, levada pelo vento forte que rasgava o campo e baralhava a precisão de
cada pancada. O céu, testemunha da batalha, parecia soprar em todas as
direções, dificultando a leitura do jogo e elevando ainda mais a exigência
mental das protagonistas.
O primeiro ‘set’ foi um carrossel:
arrancada das Jorge até 4-0, seguida de uma reviravolta feroz das adversárias,
que somaram cinco jogos consecutivos. Entre quebras e recuperações, o tiebreak
sorriu a Krunic e Santamaria, mas sem nunca quebrar a fibra das irmãs
vimaranenses.
No segundo parcial, Francisca e
Matilde, donas de um entendimento quase telepático, serenaram a tempestade e
impuseram o seu ritmo. A qualidade das trocas aumentou, a eficácia também. Um
6-1 claro colocou tudo em igualdade, e o embalo seria português. Até que a
lesão de Krunic trouxe o silêncio e a decisão precoce.
No rescaldo, entre sorrisos e
abraços, as irmãs não esconderam a felicidade, mesmo
lamentando o desfecho. Mais uma semana perfeita, somada ao título conquistado
no domingo anterior no Oeiras Ladies Open, no Jamor. Dois troféus em duas semanas,
tal como em 2024. Um duplo déjà vu que se torna cada vez mais natural para quem
tem nível para voos ainda mais altos.
Números que contam uma história
As contas são fáceis de fazer e
necessitam de máquina calculadora: 22 títulos juntas, cinco no corrente ano, quatro
deles em solo português. Para Francisca, este foi o 33.º troféu de
pares; para Matilde, o 26.º. E no ‘ranking’, os frutos estão à vista:
Francisca manterá o 100.º lugar mundial em pares, Matilde poderá saltar
para 101.ª na próxima atualização da hierarquia WTA, a 5 de maio.
Mas mais do que números, ficou o
sentimento. A sensação de que, em cada pancada, em cada sprint, em cada sorriso
partilhado, há muito mais do que títulos: há cumplicidade, perseverança e um
amor pelo jogo que transcende os resultados.
O vento soprou forte em Oeiras.
E, mais uma vez, foi em português que a festa se fez.
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