Francisco Rocha cai às portas do sonho no Millennium Estoril Open

                                                           Por António Vieira Pacheco

Portuense ainda sonhou com o apuramento.
Créditos: Millennium Estoril Open. Portuense esteve a um passo do quadro principal.

Francisco Rocha, número 709 do ‘ranking’ ATP, esteve muito perto de alcançar um feito marcante no Millennium Estoril Open. Com a determinação estampada no rosto e a raqueta firme nas mãos, o jovem tenista português começou por mostrar ao que vinha, dominando o russo Alexey Vatutin (333.º) no primeiro ‘set’ com autoridade e garra: 6-4. Porém, o que seria um prenúncio de glória transformou-se, lentamente, numa lição amarga.

O segundo parcial trouxe um Vatutin mais incisivo e um Rocha a desnortear-se. O equilíbrio virou, os papéis inverteram-se e o russo empatou a contenda com 6-3, empurrando o portuense para um decisivo terceiro parcial.

Um desfecho frio para uma jornada quente

No derradeiro, Rocha já não conseguiu reencontrar o ritmo nem o fulgor inicial. Cometendo mais erros e revelando sinais de cansaço físico e emocional, acabou por ceder por 6-0, numa sequência que não espelha a luta travada nos momentos iniciais do encontro. Assim, terminou a sua caminhada na fase de qualificação com o sabor agridoce de quem esteve perto, mas não chegou.

Apesar da derrota, o desempenho do português merece aplauso.

Fica o talento, segue o caminho

A eliminação impede Francisco de se juntar ao irmão, Henrique Rocha, com entrada direta para o quadro principal, bem como aos compatriotas Nuno Borges, Jaime Faria e Gastão Elias. Mas se o bilhete para os singulares escapou, o torneio ainda não acabou para o tenista de 21 anos. O foco vira-se agora para o quadro de pares, onde terá nova oportunidade para mostrar o seu valor e representar Portugal ao mais alto nível.

É também nesse campo que poderá surpreender, numa variante onde a cumplicidade e a estratégia contam tanto quanto a técnica. Os próximos dias dirão se o nome Rocha voltará a ecoar nas bancadas do Clube de Ténis do Estoril.

A sorte não sorriu a Tiago Pereira

Entretanto, Tiago Pereira, outro tenista português que também aspirava a uma vaga no quadro principal, viu-se confrontado com a dureza do sorteio dos lucky losers.

Com duas vagas em aberto para os três melhores perdedores do qualifying, a sorte não foi sua amiga e, infelizmente, o jogador não conseguiu garantir a sua entrada na fase principal do torneio. A luta pela recuperação da confiança será agora um novo desafio para Pereira, que continuará a trabalhar para elevar o seu nível de jogo e conquistar novas oportunidades em grandes competições.

Numa competição marcada pela exigência e pelo nível elevado dos participantes, Francisco Rocha mostrou que está no caminho certo. A derrota é, neste contexto, uma etapa do processo — parte inevitável da aprendizagem de um atleta que ainda tem muitos capítulos por escrever.


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