Fim de linha para os seis lusos no 'qualifying'
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: ATP. João Domingos regressou. |
Na manhã cinzenta de domingo, o pó da terra batida ergueu-se, mas não embalou
sonhos portugueses. Nenhum dos seis representantes nacionais conseguiu vencer
um único ‘set’ na primeira ronda do qualifying do Oeiras Open 125, deixando o
apuramento para o quadro principal entregue somente aos quatro nomes já
previamente garantidos.
João Domingues, regressado de longa
ausência, Francisco Rocha, Diogo Marques, João Graça, André Rodeia e Dino
Molokova foram todos derrotados em dois ‘sets’, num dia em que a esperança
nacional cedo se diluiu no azul do céu sem nuvens e no vermelho ocre dos courts
do Estádio Nacional.
O mais experiente do lote, João
Domingues, sentiu o peso da paragem. Seis meses afastado da competição
devido a uma lesão nas costas, acusou a falta de ritmo frente ao espanhol
Alejandro Moro Canas, segundo cabeça de série do qualifying e número 156
mundial. O marcador — duplo 6-2 — foi duro, mas espelho fiel da diferença atual
entre os dois jogadores. Domingues, que já foi top 150 e soma três títulos
Challenger, reencontra agora o caminho da recuperação, com passos ainda
incertos, mas firmes na vontade.
Logo no arranque da jornada, Francisco
Rocha caiu perante o mais cotado Denis Yevseyev, do Cazaquistão. O
jovem português ainda tentou resistir, mas não encontrou respostas para os
argumentos apresentados pelo opositor, cedendo por 6-2 e 6-3 naquela que foi a
sua estreia em terra batida esta temporada.
Em estreia absoluta a este
nível, André Rodeia, de 23 anos, recebeu um wild-card e entrou em
court com ambição, mas deparou-se com a superioridade do suíço Remy Bertola,
número 283 do ‘ranking’ ATP, que selou a vitória com um claro 6-1 e 6-2. Para
Rodeia, o resultado não apaga o significado do momento: a primeira vez num
palco Challenger, onde o futuro, quem sabe, poderá ter outro desfecho.
Os restantes encontros não trouxeram
melhores notícias: Diogo Marques foi batido por Guy Den Ouden
com duplo 6-1; João Graça sucumbiu ao talento do argentino
Juan Manuel Cerúndolo — ex-top 100 e finalista em Oeiras em 2022 — por 6-3 e
6-1; e Dino Molokova não resistiu ao poderio de Zsombor Piros,
campeão em título, que impôs um severo 6-0 e 6-0.
Assim, a representação portuguesa no
quadro principal do Oeiras Open 125 ficará reduzida a Henrique Rocha,
que teve entrada direta, e aos três wild-cards nacionais: Gastão Elias, Pedro
Araújo e Tiago Pereira. Quatro nomes, quatro esperanças,
num torneio onde a terra batida tanto enterra como revela.
Agora, resta olhar em frente. Porque
no ténis, como na vida, a derrota de hoje pode ser o primeiro passo para a
vitória de amanhã.
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