Ventos e chuva de Martinho
Por António Vieira Pacheco
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Martinho cancela torneio de pares em Loulé. |
Martinho é mau. Dizem-no os ventos que varrem os campos de ténis, os relâmpagos que riscam o céu de chumbo. A depressão instalou-se, mas a variante de pares não resistiu. Foi-se com a chuva, engolida pelo vento, dissolvida nas poças de água que se acumulam junto às linhas brancas do court.
Nos dias anteriores, já tinha
aparecido sem ser convidado e como uma lança afiada no Loulé Open by Cimpor. Mas a tempestade, essa
velha adversária sem ‘ranking’ nem regras, voltou a servir com violência. Não
houve resposta possível.
Sexta-feira amanheceu molhada e sem
promessas. O céu carregado não cedeu espaço à luz, e as previsões, implacáveis,
ditaram a sentença: cancelado. O torneio de pares nunca chegou a nascer. Ficou
suspenso no que poderia ter sido, um rasto de movimento que nunca se cumpriu.
O vento assobiou entre as bancadas
vazias. No silêncio do campo de ténis deserto, somente as poças refletiam o que restava
do jogo: um punhado de nuvens apressadas e o eco de um tempo perdido.
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