O lugar de Inês Murta é o quadro principal
Por António Vieira Pacheco
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Créditos: Inês Murta com a mão a ferver no Egito. |
Pela terceira semana consecutiva,
Inês Murta atravessou o deserto da qualificação e, com a firmeza de quem sabe
sofrer, alcançou o oásis do quadro principal em Sharm el- Sheikh. Naquela cidade
egípcia, banhada pelo sol, a portuguesa escreveu mais um capítulo de resistência
e talento num dos torneios W15 da Federação Internacional de Ténis.
Desta vez, a algarvia, que regressa
das sombras de uma longa ausência — treze meses a moldar a paciência e a
recuperar de uma cirurgia ao ombro —, desafiou o destino e superou a principal
favorita da fase de qualificação, a macedónia Magdalena Stoilkovska. Em 1h40 de
duelo, Murta dançou na linha de fundo e, com a precisão de quem conhece bem os
segredos do jogo, venceu por 6-4 e 6-3.
Convocada para defender Portugal na
Billie Jean King Cup, em abril, a internacional portuguesa mostrou serviço no
sentido mais literal: no primeiro serviço, arrecadou 32 pontos, mais dez do que
a adversária. No segundo, elevou-se a um patamar quase inalcançável, atingindo
uns notáveis 86,7% de eficácia. E quando foi chamada a responder, Murta não
hesitou — leu os movimentos, antecipou as intenções e quebrou seis dos 13
serviços que lhe foram apresentados.
A cada semana, a sua raqueta desenha
no court a história de um regresso aguardado. A cada vitória, a algarvia
reafirma o que nunca esqueceu: o lugar dela é nos campos de ténis onde os
sonhos se jogam e a persistência se transforma em sucesso.
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