Coelho ficou pelo caminho na Tunísia
Por António Vieira Pacheco
Diogo Coelho sentiu a brisa da Tunísia a tatuar-lhe a pele com o sol e o vento a sussurrar promessas de glória. Entrou no court para a segunda ronda da fase de qualificação do ITF M15 de Monastir com a determinação de quem já provou o sabor raro da vitória
além-fronteiras. O primeiro triunfo fora de casa foi um vislumbre de um futuro
prometido, um raio de sol a romper por entre nuvens de incerteza.
Mas o ténis, como a vida, dança entre
o fulgor e a frustração. Frente ao belga Martin van der Meerschen, o jovem
português começou hesitante, como quem mede a profundidade de um oceano antes
de se lançar. Cedeu o primeiro ‘set’ sem grande margem para réplica, mas dentro
de si, um fogo reacendia-se. No segundo parcial, respondeu com bravura, os
golpes ganharam outra cadência, e a esperança desenhou-se no marcador.
Forçar um terceiro ‘set’ foi um sonho
ao alcance da mão, mas os sonhos, por vezes, desfazem-se num ápice, como
pegadas na areia levadas pela maré. No ‘tiebreak’, a balança pendeu para o
adversário, e o destino da partida selou-se: 6-1 e 7-6 (2). O adeus chegou sem
alarde, sem dramatismos — somente o silêncio do court a ecoar um misto de
orgulho e frustração.
Coelho fecha esta jornada sem
mais batalhas agendadas para a próxima semana. Faz as malas, leva na bagagem o
peso das lições aprendidas e a certeza de que cada derrota é somente um
capítulo na história maior que continua a escrever.
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