A maratona de Diogo Marques

  Por António Vieira Pacheco

Português feliz em Loulé.
Diogo Marques conseguiu a melhor vitória da carreira em Loulé.

Três horas e treze minutos de entrega, de luta, de crença inabalável. Foi esse o tempo que Diogo Marques precisou para assinar a vitória mais marcante da sua carreira. No modesto posto 850 do ‘ranking’ ATP, o setubalense ousou desafiar a lógica, inscrevendo o seu nome na segunda ronda do Loulé Open by Cimpor.

Do outro lado da rede, Adria Soriano Barrera. Número 348 do mundo, quarto cabeça de série, campeão em título. Um adversário que o papel sugeria intransponível, mas que na realidade se revelou humano, vulnerável, ao alcance de quem soube resistir. Com parciais de 6-4, 6-7(4) e 7-6(5), Marques rasgou o guião e reescreveu a história.

Teve a vitória à beira dos dedos quando liderou por 6-4 e 5-3, mas o momento pesou. Hesitou, perdeu o segundo ‘set’ no tiebreak, viu a incerteza tomar conta do duelo. No entanto, não quebrou. No terceiro ‘set’, foi ele quem mais perto esteve de uma quebra de serviço, mas Soriano Barrera recusou baixar os braços. O destino empurrou-os para mais um desempate e, no ponto decisivo, Marques foi coração, foi nervo, foi resistência.

O triunfo, um dos mais longos da sua caminhada, coloca-o ao lado de Pedro Araújo como o segundo português a alcançar a segunda ronda. E o próximo desafio? Moez Echargui, tunisino que, sem hesitações, afastou Daniel Batista por 6-2 e 6-1.

A batalha foi dura, mas Marques provou que, no ténis como na vida, o tempo gasto a lutar nunca é tempo perdido.

 


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